Exatos sete dias depois da questionável decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, de anular todas as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht, a Ordem dos Advogados do Brasil – seção Paraná (OAB-PR) finalmente se manifestou. Com uma semana de atraso, a OAB-PR se disse surpresa com a decisão do ministro e questionou, pasmem, a demora de Toffoli em se manifestar sobre o caso.
Não é a primeira vez que a OAB-PR demora para se posicionar sobre temas de interesse do Estado. Vale lembrar que o acordo de leniência com a Odebrecht fazia parte do escopo da Operação Lava Jato, força tarefa instalada no Paraná. Logo, seria interessante que a OAB-PR fosse mais célere em questionar Toffoli.
A lerdeza da OAB-PR, no entanto, não é novidade. Situação semelhante ocorreu quando, em 8 de maio deste ano, outro ministro do STF, Gilmar Mendes, ofendeu Curitiba dizendo que a capital paranaense tinha o “germe do fascismo”. A OAB-PR só se pronunciou dois dias depois, quando a sociedade paranaense, seus políticos e outras entidades representativas já haviam manifestado repúdio ao ministro.
Agora, em sua tímida manifestação, saliente-se que o nome de Toffoli é mencionado uma única vez, a OAB-PR reconhece sua lentidão quando cita que outras entidades já haviam contestado a decisão do ministro. “A decisão e alguns dos fatos que a embasam foram até agora contestados publicamente por instituições de expressão nacional, como a Polícia Federal, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe)”. Mesmo observando a preocupação dessas entidades, a OAB-PR demorou uma semana para se posicionar e, ainda assim, sem a ênfase que se espera de uma instituição da sua importância.
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