Adolph Lindemann veio da Alemanha de navio. Como muitos, veio trabalhar na construção da Linha do Telégrafo.
Depois veio para Curitiba. Alugou um salão em cima da Delegacia Fiscal e ali criou o Salão Lindemann: local onde o Clube Curitibano foi criado e que se tornou sua primeira sede. O endereço era Rua do Fogo, atual Rua São Francisco.
Adolph Lindemann e a esposa alemã moravam num lugar chamado Anhaia, distrito de Morretes, na época quando ele trabalhava na instalação da linha do telégrafo na região próxima.
A casa ficava no exato lugar onde a descida da Serra do Mar terminava e a planície costeira começava.
Lá havia e ainda existe uma capela onde os tropeiros e caçadores faziam uma oração antes da subida da serra (penso que também pediam forças para aguentar).
Não sei se era brincadeira mas ouvia sempre dizer que o nome do lugar era “Nhanha”.
E foi lá que nasceu a primeira filha: Maria Lindemann. Logo Adolph ficou viúvo e casou novamente, tendo mais três filhos.
A filha Maria era luterana, alemã, trabalhadeira, contida, ordeira.
E um belo dia apareceu por lá um italiano bonitão, brincalhão e um pouco boêmio.
À boca pequena, embarcara no navio italiano com destino ao Brasil, sem documentos.
Por conta disso, teve que descer para a porão e trabalhar. Na cozinha do navio aprendeu o ofício de confeiteiro.
Desembarcara no Porto de Paranaguá e seguiu no curso de um rio alcançando o “Nhanha”.
E não deu outra… seguindo a lei de que os opostos se atraem, Maria se apaixonou por Luigi Romanó. Em pouco tempo casaram. Meus bisavós, que não conheci.
E como tudo é história, história verdadeira, aumentada ou diminuída mas ainda assim história… a qual se mistura com vidas de pessoas…
A “Estrada da Anhaia” é um dos três caminhos históricos das tropas no Paraná.
Ao lado de rotas mais conhecidas, como a “Estrada da Graciosa” e o “Caminho do Itupava”.
As três eram as opções de caminhos que ligavam o litoral do estado, partindo de Morretes à região de Curitiba.
A Anhaia foi a primeira ligação entre o litoral e o planalto, estabelecida no final do século XVI.
Enquanto o “Caminho do Itupava” era utilizado para cargas mais leves devido à inclinação da serra, a Estrada da Graciosa recebia os viajantes de cargas pesadas.
Para fugir do movimento, caçadores do litoral utilizavam a Anhaia como alternativa para carregar caças de grande porte, como antas e veados.
Aqui na foto Luigi trabalhando na confecção de um bolo na “Confeitaria Romanó”, que nas primeiras duas décadas do século XX (1900-1923) era no mesmo prédio onde posteriormente foi a Leiteria Schäffer.
Conclusão das minhas origens: sou uma legítima polaka do NHANHA!
(Informações de Thereza Romanó)
Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.
Se superando ❤️
Se superando
Adorei! Muito bom!
Somos todas polacas do Nhanha
Muitíssimo interessante. Obrigado Karin.
Legítima polaka do NHANHA