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A Curitiba da sopa de letrinhas e os radialistas

04/07/2022
Curitiba

Sou um assíduo ouvinte de rádio. Minhas emissoras (ou “estações”, como convém a uma pessoa de idade provecta) variam ao longo do dia, dependendo se estou no trabalho ou no carro, especialmente agora que elas podem ser acessadas através do celular ou PC. De minha experiência de ouvinte posso dizer que me incomoda o fato de os jornalistas e locutores mais novos não saberem pronunciar os nomes das ruas de Curitiba.

A sensação que tenho é que alguns aprenderam a falar os nomes dos Curitibanos ilustres com uma dessas mulheres que ditam ordens pelo GPS.

Curitiba não é fácil, eu sei.

Aqui as ruas homenageam os Thomaszeck, Johannes, Trochimczuk, Descartes, Kazimierz, Masilak, Schechtel, Skorobohaty, Liebold, Dobzipiski, Johnscher, Dinarowski, Sobczyk, Fleischfresser, Oleskowicz, Raschendorfer. Há uma esquina dos Guelmann: Salomão, meu avô, e Isaac, meu pai, mas esse sobrenome é moleza, convenhamos.

As consoantes abundam e enrolam até mesmo a língua dos mais experientes em topônimos eslavos e germânicos.

Lembro que tempos atrás ouvi uma terrível. Falando sobre um acidente de trânsito, se não me engano, uma jornalista tascou um “Xiamulera” ao mencionar a R. Odorico José Chiamulera, na CIC.

Tudo bem, os nomes que escolhi são mesmo para enrolar a língua, mas será que os coordenadores de jornalismo das emissoras não podem insistir para que sejam respeitados pelo menos os Saint Hilaire, Dr. Faivre, Taunay, Gaertner, Caillet, etc?


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2 Comentários

  • É assim mesmo, é um sofrimento para todo linguista afinar a pronúncia, que dirá então para os jornalista e radialistas…mas, papai google ajuda na pronúncia.

  • Sem contar a voz da tal “Alessandra”, locutora virtual do aplicativo Wave.
    Segundo ela, “- a cem metros, vire à direita na rua João Bettéga”.
    É de doer os tímpanos…

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