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A importância do agente de mudança nas famílias empresárias

24/10/2024

Uma das mais notáveis características de um líder é o seu visionarismo. Ele é acima de tudo, realista. Mesmo assim, é ousado e destemido. Por fim, humilde, e por consequência, sábio.

É comum em um núcleo de uma Empresa Familiar a percepção – senão de todos, de pelo menos de alguns de seus integrantes – de que o modelo de gestão da Empresa, Patrimônio e Relações de Parentesco sofrem desgaste contínuo e é um problema anunciado. E na grande maioria dos casos parece mais fácil jogar a sujeira debaixo do tapete, dourar a pílula e fazer de conta que está tudo sob controle e de que nada acontecerá ou está acontecendo.

No entanto, também não é incomum que alguém desse Núcleo Familiar esteja incomodado e vislumbre a turbulência que pode estar próxima.

Pois bem: Este alguém é o que chamamos do “Agente de Mudança”, ou seja, aquele integrante que “chama para si” a responsabilidade da transformação da Empresa Familiar para Família Empresária.

Evidentemente, não é uma tarefa fácil. Afinal, a sua provocação – e iniciativa – impactará em muitas zonas de conforto, emoções represadas e verdades afloradas.
Dele deve ser a iniciativa em sensibilizar os demais, incutindo-lhes de que a solução
antecipada é possível e imprescindível e que nenhum de seus integrantes sofrerá a perda do pertencimento no novo modelo.

É dele também a atitude em buscar soluções técnicas no sentido de fazer valer o entendimento de que Família, Patrimônio e Empresa são ativos de igual relevância para o Núcleo Familiar e agir no sentido de provocar fatos visando a perenidade das Relações de Parentesco, da Manutenção do Patrimônio e da Continuidade da Empresa.

A História da Humanidade registra um sem número de visionários e líderes que foram agentes de mudanças. No entanto, um em especial é emblemático: o líder Moisés, que saiu de sua zona de conforto, depurou a conduta de seus liderados, e sabiamente iluminado, ordenou o caos.

É sabido que esta árdua tarefa levou quarenta anos, mas acabou sendo bem-sucedida. Atualmente, quarenta anos poderão ser quarenta minutos, quarenta dias… o tempo que se fizer necessário para cada caso.

Recentes registros de Famílias Empresárias atestam que este agente pode ser o Fundador da Empresa, um Sucessor, um Herdeiro ou até mesmo um elemento estranho sensibilizador e de confiança dos integrantes do Núcleo Familiar como o condutor deste processo.

Assim, soluções técnicas – que são a ponta do iceberg, como as tábuas da lei de Moisés – são precedidas de muita atitude, sensibilização, condução, negociação, convicção, horizonte claro e acima de tudo, liderança.

Que o digam Miguel Krigsner do Boticário, Giovani Agmelli da Fiat, Luiz Pagliato da
Minercal, entre tantos outros que percorreram um longo caminho até chegarem às
Políticas de Sucessão e Governança claras e definidas para suas Famílias, Patrimônio e Empresas.

Com certeza valeu a pena.

Leia outras colunas do Manoel Knopfholz aqui.

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