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A Ucrânia no Paraná e o voto em Bolsonaro

18/02/2022

Do site Aroldo Murá

Um dos melhores conhecedores da etnia ucraniana no Brasil é José Welgacz, administrador de empresa, que mantém blog diário dedicado a temas internacionais.

Vivendo em Brasília com a família, José Welgacz está, no entanto, muito ligado com a realidade da etnia. Foi presidente da associação que reúne organismos ucranianos no Brasil, por muitos anos . Mantém contato diário com seu “povo” do Paraná.

Welgacz discorda das  estimativas apresentadas por outros analistas da etnia. Eles acham que seriam, hoje, 600 mil os filhos, netos e descendentes de ucranianos em geral vivendo no Brasil. Nesse total, incluem os casamentos mistos, quando parte dos cônjuges perde o nome identificador ucraniano.

Muito mais…
O especialista Welgacz  acha que os números são bem maiores, contados a partir da última imigração de ucranianos, de 1900/1928, quando chegaram pelos portos de Santos, Rio Grande, São Paulo. Não se têm números sobre quantos imigraram para o Brasil depois dos anos 1990, quando a Ucrânia deixou a União Soviética. Devem ter sido poucos. Esses, como os ucranianos de outros anos, sempre deram preferência a morar no Canadá e Estados Unidos.

Os números, na estimativa de Welgacz, seriam outros. Mas deixa claro: “Faltam estatísticas confiáveis”. Seria 1 milhão e duzentos mil descendentes de ucranianos no Brasil hoje. Os ucranianos nativos, admite que não passam de 300. Basicamente no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e um pouco em São Paulo, localiza-se a comunidade que, muito religiosa, tem dois bispados: a Eparquia Católica, com a Catedral de São João Batista, na Avenida Kennedy, em Curitiba; e um bispado católico ortodoxo, no bairro do Barigüi.

Prudentópolis
E mais: os padres basilianos mantêm uma faculdade de filosofia e Teologia, no Batel, Curitiba. Isso sem mencionar a cidade de Prudentópolis, no Sul do Paraná, um “mini-Ucrânia”, com suas construções, igrejas e costumes  e culinária fiéis à realidade da etnia.

Bolsonaro perde?
Welgacz não quis se manifestar sobre a possibilidade de o presidente Bolsonaro ter perdido voto entre a comunidade ucraniana do Brasil.  No entanto, outras fontes da área ouvidas pelo site acham que “o presidente foi longe demais nessa aproximação e ‘paparicação’ dos russos. Esqueceu a Ucrânia”.

Welgacz acha que não se deve superestimar a visita a Putin. “O encontro não teve importância”, diz.

Um ex-candidato a deputado estadual, nome expressivo da comunidade –  que pede anonimato – pensa diferente: “Quem vive uma visão mais à direita, não entende como Bolsonaro foi escolher essa hora de dor à Ucrânia, para posar até colocando flores nos túmulos de soldados comunistas”.

Os ucranianos no Brasil  seriam “fundamentalmente conservadores”, por isso, não esconde a fonte: “Com certeza o presidente perdeu espaço entre nós”.
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www.aroldomura.com.br

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