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29/04/2024



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Agente Oculto: filme mais caro da Netflix deixa a desejar

 Agente Oculto: filme mais caro da Netflix deixa a desejar

Não é a toa que 007 conquistou um lugar único em nosso imaginário quando se trata de filmes de ação. De forma humanizada e com excelentes cenas, James Bond se consagrou e ganhou espaço. Em Agente Oculto, filme mais caro produzido pela Netflix, gigante do streaming, percebemos uma tentativa de seguir esse padrão, no entanto, se torna tedioso e perde a “beleza” de um filme de espionagem. É uma obra que marca o retorno dos irmãos Russo, diretores de Vingadores: Ultimato e Vingadores: Guerra Infinita, com elenco de peso: Ryan Gosling, Chris Evans, René-Jean Page e até mesmo o nosso queridíssimo brasileiro: Wagner Moura.

Com uma premissa pra lá de simples e clichê, acompanhamos a história de Sierra Seis, personagem vivido por Ryan Gosling, um ex-presidiário convocado para trabalhar a serviço da CIA, já que é um dos mais eficientes agentes de campo do mundo. No entanto, em meio a operação, ele se encontra envolvido em uma conspiração criminosa dentro da própria agência. Ainda acompanhamos a aposentadoria de seu mentor, Donald Fitzroy (Billy Bob Thornton). O Lloyd Hansen (Chris Evans) que é um personagem onde fizeram de tudo para que parecesse um louco, psicótico, mas não colou muito bem, fora mercenários de todos os cantos. Para ajudar, ele conta com o apoio da espiã Dani Miranda (Ana de Armas) para se salvar. Nada de novo por aqui!

O filme é baseado no romance homônimo de Mark Greaney, e começa muito bem ao deixar o espectador intrigado em entender o passado de Gentry, afinal, por qual motivo tão grave esse homem que parece ser nobre, foi preso? E, ainda, a ligação com a família de seu ex-chefe. Mas para por aí o interesse, de forma bem prática: Agente Oculto se debruça sobre inúmeros clichês. Não o torna ruim por isso, mas longe de ser espetacular também. Na história temos o tal vilão excêntrico, ou que pelo menos deveria parecer, mas acaba por ser mais simpático do que o próprio protagonista. Ainda, o clássico mocinho caladão, a agente durona (Lembrando que Armas foi Paloma em 007 – Sem Tempo para Morrer, agora, como Dani ela interpreta basicamente a mesma coisa).

Baita produção, lindas imagens, atuações bacanas, tom sutil de comédia que funciona, boas cenas de ação… mas então porque o filme não é grandes coisas? Sabe aquele sentimento de “putz. já vi isso tantas vezes”. Então, ele permeia o filme inteiro, isso se você tiver paciência para finalizar. A ideia de tanta divulgação em cima do filme mais caro já feito pela Netflix, desbancando Alerta Vermelho, leva ao espectador o sentimento de que “vem coisa boa aí”, afinal, só pelo lado financeiro o filme já sai na frente em relação a tantas outras obras. Talvez por isso decepcione tanto!

Mas tem um lado bom também e fica a cargo do tom de humor. Os Russos, como de costume, flertam com o humor, mas de forma sutil. Agente Oculto (Netflix)  por vezes se aventura com um tiquinho de pastelão, mas ainda assim não transforma o filme de ação no subgênero. Um filme cômodo, sem grandes mistérios, sem exigir muito do espectador que, pode sim, agradar o público. Mas faltou, faltou muito para se aproximar de um 007, por exemplo.


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