O ditado de que promessa é dívida não se aplica na política. O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou que iria construir 3.200 escolas em sua gestão. Passados os anos, as obras estão paradas e, para piorar, um novo pacote de obras foi lançado anunciando mais 2 mil escolas.

 

Muitos municípios já foram contemplados a receber uma das 2 mil escolas.  É o caso de Ubiratã, no Noroeste do Estado, que já formalizou convênio, mas ainda não tem previsão de receber o recurso. Segundo a revista IstoÉ, o prefeito do município de Ubiratã, Fábio D’Alécio (Cidadania), recebeu autorização para construção de uma escola de R$ 3,2 milhões. Até agora, foram empenhados, isto é, reservados, R$ 5 mil. “Do ponto de vista global, realmente as contas parecem que não estão casando”, afirmou o prefeito ao Estadão. “Dá a impressão de que é um compromisso só político e não técnico. A expectativa minha é a de que o convênio tenha começo, meio e fim. Agora, não tenho como avaliar se isso vai, de fato, acontecer.”

 

Casos similares se repetem em todo o Brasil, onde placas de obras foram colocadas antes da eleição, para contabilizar um enorme esforço dessa gestão em mostrar que investiu na Educação. Como cada vez, as pessoas acreditam no que é exibido na telinha do celular, em especial no whatsapp, é grande a possibilidade de que números grandiosos e algumas belas imagens acabem ajudando a mostrar um governo dedicado com a educação.

 

Bolsonaro aposta na memória curta, na falta de vontade da população em lutar por seus direitos (entender que a vida é assim mesmo) e na incapacidade da mídia tradicional atingir grandes massas e contrapor com meias verdades.

 

Nessa eleição, como nas anteriores, a famosa narrativa é que vai valer. Como uma criança que espera o pai com um livro de história antes de dormir, o brasileiro fica parado esperando que alguém lhe conte a melhor história para dormir aparentemente sossegado em seu eterno sonho de um país melhor.