Os vinhos portugueses são reconhecidos mundialmente pela boa qualidade. Nós brasileiros ainda consumimos pouco e conhecemos menos ainda a variedade e a diversidade dos vinhos da nossa Terra Mãe. Em Portugal o consumo per-capta chega a 52 litros por ano, no Brasil são menos de 3 litros por ano.

 

São centenas de variedades de uvas distribuídas por 14 regiões produtoras que vão desde a Ilha dos Açores, onde o enólogo Antonio Maçanita é o grande expoente, até o famoso Douro, ali na região da cidade do Porto e de onde também saem os famosos vinhos do Porto. O Douro além de ter estrelas como o ícone Barca Velha, um vinho que no Brasil ultrapassa facilmente a casa dos 5 mil reais a garrafa, possui pequenos produtores que irão fazer história num futuro breve.

 

Visão dos vinhedos da Quinta da Barca

 

É o caso da Quinta da Barca, uma propriedade com apenas 19 hectares de produção (12 próprios e 7 arrendados), encravada numa encosta à margem esquerda de quem sobe o Rio Douro, e que hoje é comandada pela segunda geração da família. A líder deste projeto é a jovem Justina Teixeira. Uma mulher que trabalhava no competitivo mercado farmacêutico mundial, mas que deixou a vida de executiva e os escritórios climatizados de Lisboa para encarar a dura realidade de produtora rural.

 

A produtora Justina Teixeira

 

Conheci os vinhos da Quinta da Barca durante um evento na cidade de Évora no Alentejo. Na ocasião não entendi bem porque um vinho do Douro estava tão longe de “casa”, já que Évora fica no centro-sul de Portugal. Mais tarde fui descobrir que umas das estratégias de Justina é fazer com que seus vinhos sejam provados por um maior número de experts para tirar deles informações que ajudem no desenvolvimento e na melhoria dos vinhos que ela produz.

 

Há dois anos ela contratou uma jovem enóloga, Joana Pinhão, para ajudar a promover uma mudança radical nos seus vinhos. Primeiro ela conseguiu reaver a marca Quinta da Barca, que estava nas mãos de outra pessoa. Agora em 2023 será a primeira safra, provavelmente lançada em setembro, com o nome original da propriedade. Até agora ela usa o rótulo Busto Wines, que é o que você vai ter que procurar quando for numa loja em Portugal, já que no Brasil ela ainda não está disponível.

 

Busto Wines: a partir de setembro o rótulo será Quinta da Barca

Das 50 mil garrafas que ela produz anualmente, destaque para o espumante Pontas Soltas Rose, que bateu os champanhes franceses numa degustação às cegas no ano passado. Um Branco, blend das uvas Arinto, Vinhozinho e Malvasia Fina. Um espetacular Rose composto das uvas Touriga Nacional e Touriga Franca. E dois tintos, um 100% Touriga Franca e outro também 100% de Touriga Nacional. Os barris de carvalho que ela usa são todos franceses, por aí já diz alguma coisa sobre o que se encontra dentro de cada garrafa depois de sacar a rolha. Quinta da Barca é a expressão da diversidade de Portugal quando falamos de vinho.

 

 

Para encerrar duas dicas de vinhos portugueses

 

1 – Monte Capela da Casa Clara: vinho branco do Alentejo produzido por Mariana Roque do Vale e importado pela MMV de Curitiba

 

2 – Quinta do Vallado: neste caso um rose que está um desconto enorme na promoção “Grand Sole” da Grand Cru. Tanto no site como na loja de Curitiba

 

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