O exercício do voto direto traduz a plenitude da democracia. De um lado, cuida-se de um direito fundamental, e de outro, um dever sociopolítico. Exige, pois, consciência e responsabilidade na escolha direta dos seus representantes e governantes. Em se tratando de eleições municipais, vincula-se a escolha daqueles que cuidarão do seu bairro. Enfim, de sua cidade. Portanto, indispensável analisar com cautela a proposta de cada candidato.
Nesse cenário, presume-se que o debate eleitoral tem função essencial para o exercício da cidadania pelo voto. Afinal, é o momento para que os candidatos possam externar suas ideias, convicções e programas de governo. Entretanto, os últimos debates eleitorais televisionados tornaram-se um verdadeiro circo vexaminoso, para dizer o mínimo.
Em verdade, os debates eleitorais converteram-se em combates eleitorais. A propostas perderam espaço para cadeiradas, socos na cara, xingamentos, dentre outros impropérios. A deterioração do debate público é um dado concreto. Infelizmente. O ápice do ridículo foi a realização de um debate eleitoral com cadeiras parafusadas. Esse cenário bizarro faz com que os eleitores deixem de possuir interesse nos debates eleitorais, privilegiando o ambiente das redes sociais, que por sua vez, é permeado por “fake news” e lacrações. Fico aqui a pensar naqueles que tiveram suas vidas (ou mesmo liberdade) ceifadas no combate a ditadura militar, buscando a instituição de um Estado Democrático de Direito no Brasil. Acredito que nunca imaginariam essa triste realidade eleitoral. A continuar assim, o despertar será doloroso.
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