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FARRACHA-CABECA-COLUNA

Futuro da Advocacia

13/01/2025

Muito se discute sobre o futuro da advocacia. E assim deve ser. Todavia, em primeiro lugar, há que se compreender a razão da função de advogado. Ou seja, advogado é aquele que fala pelos outros; mesmo porque ser advogado é crer na justiça e exerce-la. Portanto, seus serviços são remunerados, por intermédio de honorários. Embora alguns incautos questionem e ridicularizem o pagamento desses serviços, relembre-se que a origem da palavra deriva do latim “honor”, ou seja, uma recompensa e honra aos serviços prestados de forma honrosa. Não obstante, todo o serviço é digno e, portanto, deve ser remunerado. Agora o montante a ser pago incumbe aos agentes econômicos envolvidos negociarem livremente.

Feito esse registro, inegável que a advocacia enfrenta transformações. Alguns professam a substituição dos homens pela inteligência artificial e demais sistemas de automação. Como o devido respeito, um exagero. Todavia, o advogado de amanhã, além da necessidade de possuir extremo conhecimento jurídico, deverá dialogar com outros ramos de conhecimento, a exemplo da contabilidade, finanças, administração, economia, dentre outros. De qualquer sorte, o exercício da advocacia já exige: (i) aproveitamento dos sistemas de tecnologia da informação; (ii) gestão do tempo; (iii) adoção de novos métodos, processos e noções de gestão oriundas das práticas empresariais.

Percebe-se, pois, que o modelo tradicional de advocacia exige um repensar. O trabalho artesanal, por sua vez, se de um lado tornar-se-á cada vez mais raro, de outro será valorizado e compensado. A advocacia de massa deverá ser substituída pela inteligência artificial. Todavia, existem diversas áreas promissoras, principalmente no Brasil, dentre as quais: (i) direito tributário, face a reforma tributária em andamento; (ii) direito ambiental, diante da urgência de preservar o planeta Terra; (iii) Compliance Jurídico, em razão da legislação em vigor que trata da corrupção, concorrência desleal e propriedade intelectual. Existem ainda outras tendências, a exemplo do Direito Desportivo e do Entretenimento, Direito da Moda, Mediação e Direito Digital.

Enfim, o desafio está lançado. Seja como for, por óbvio, qualquer sociedade democrática que defenda a consolidação de um Estado de Direito, continuará necessitando e devendo proteger seus advogados; em que pese o pensamento diverso e ignorância de alguns supostos teóricos e escritores, para dizer o mínimo.

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