Para quem está em busca de mais ação na noite curitibana, temos uma novidade palpitante: na sexta-feira da semana que vem (mais conhecida como 25 de abril de 2025), o Jokers Pub, bar do rock da rua São Francisco, estará recebendo o Tormenta Festival 2025.
Serão três shows de bandas da pesada, mostrando as várias facetas do rock da cidade:
• “Orquestra Sem Fim” — melodias que sangram o silêncio.
• “She Is Dead” — um sussurro distorcido entre os vivos.
• “Corram para as Colinas” — o aviso antes do impacto.
“She Is Dead”, “Orquestra Sem Fim” e “Corram para as Colinas”, pela primeira vez juntas e misturadas. Veja o serviço no cartaz acima e chegue cedo, os shows começam no horário. Ouça com o corpo. E deixe a música te atravessar.
Já ouviu falar em Punk Prog? É um estilo musical lançado pela “Orquestra Sem Fim”, a primeira banda a se apresentar na noite do Tormenta Festival 2025. Trata-se de uma mistura do punk (afinal três dos seus membros pertenceram a bandas punks nos anos 80/90) com o rock progressivo. Sua última composição “Houdini” está fazendo grande sucesso e demonstra bem o que é o Punk Prog. Veja aqui.
A “Orquestra Sem Fim” é um grupo de músicos e compositores originários de bandas seminais da música curitibana, como Contrabanda, Beijo AA Força e Maxixe Machine (Rodrigo Barros e Sérgio Viralobos), que se uniram a músicos do conceituado grupo ZiriGdansk (Marcelo Sandmann, Miguel Zattar e Paulo Valle) para criar a ORQUESTRA SEM FIM e oferecer ao público um caldeirão sonoro digno de nossas melhores tradições. Sua última aquisição foi o baixista Olmar Lopes, músico carioca que participou de bandas legendárias como o Coquetel Molotov e Black Future.
Em 2019, realizaram shows na Biblioteca Pública do Paraná, 92 Graus e Jokers, com grande repercussão de público e crítica. Daí veio uma tal de pandemia e se divertiram lançando diversos videoclipes com temas da época. Recentemente, tocaram o seu novo repertório em shows no Jokers e no Ponto Z, com apoio entusiasmado das plateias presentes. Estão finalizando mais três videoclipes inéditos e ao vivo com a nova formação, que serão lançados brevemente.
O segundo show será da “She Is Dead”, cujo slogan é: “Banda Curitibana especializada em pesadelo!!!” Será uma mostra da intensidade crua do underground brasileiro.
Emergindo das ruas de Curitiba em 2019, a “She Is Dead” rapidamente se tornou uma das forças mais elétricas do nosso cenário alternativo. Com um som que pulsa entre o punk visceral e a melancolia distorcida dos anos 90, é uma experiência catártica ao vivo – shows intensos, suor, guitarras cruas e uma conexão direta com o público.
A banda é formada por Mau Carlakoski, vocais e guitarra, Maria Scroccaro, vocais e guitarra, Kim Tonietto, baixo e vocais, Tais D´Albuquerque, baixo e Murilo Vitorette, na bateria (foto acima).
Seu nome remete à personagem “Mal”, interpretada por Marion Cotillard em A Origem, filme de Christopher Nolan – uma presença apaixonada, marcante e enigmática, que ecoa na estética e na atmosfera sonora do grupo. Desde os primeiros EPs lançados de forma independente em 2019 e 2020, a banda já demonstrava sua identidade feroz e autêntica. Em 2021, a “She Is Dead” deu um passo maior com Story of Lies, seu primeiro full álbum, lançado pelo selo carioca Electric Funeral Records. Com oito faixas afiadas e uma produção crua e densa assinada por Luiz Orta, o disco explorava variantes do punk rock, hardcore e dirty rock, evocando influências de nomes como Dead Kennedys, Pixies e Melvins.
O segundo álbum, We Love Reverb (2022), expandiu ainda mais os horizontes sonoros do grupo. Mergulhando em uma estética mais apaixonada e flertando com ecos dos anos 60 sem perder o peso e a distorção característica, o disco consolidou a banda como um dos nomes mais relevantes do underground nacional. O impacto foi imediato: o álbum entrou na lista dos 10 melhores discos independentes do ano pela revista Whiplash. Na ocasião, o jornalista André Garcia escreveu o seguinte sobre a “She Is Dead”:
“Formada em 2019 em Curitiba, é atualmente composta por Mau Carlakoski (guitarra e vocal), Ricky Volpato (guitarra e vocal), Kim Tonieto (baixo e vocal) e Murilo Vitorette (bateria). Com letras em inglês, mistura a aspereza dos Dead Kennedys com o toque alternativo do Pixies e a melodia do Bad Religion. Eles fazem um post grunge que não é uma tentativa de voltar aos anos 90. Muito pelo contrário, incorporam elementos pós-anos 2000, como indie e screamo. “First Day of My Life” é minha música preferida. Eu gosto também de como eles pegam o lado mais melódico (e até mesmo pop) das bandas de Seattle.”
O reconhecimento cresceu junto com a presença de palco explosiva da banda. Em fevereiro de 2023, a “She Is Dead” se apresentou para mais de 10 mil pessoas no festival Zombie Walk, em pleno carnaval curitibano, um marco que selou sua posição como um dos nomes mais vibrantes da cena alternativa. E a intensidade não parou por aí.
Com o disco All the Monsters (2023), a “She Is Dead” mergulhou ainda mais fundo no dirty rock e no pós-punk, trazendo um trabalho mais maduro e cínico, com letras afiadas sobre o caos dos relacionamentos, a passagem do tempo, envelhecer e memórias fragmentadas. Influenciada por Pixies e Viagra Boys, o álbum mostrou uma banda evoluída, sem perder a essência brutal e energética.
Agora, em maio de 2025, a banda se reinventa mais uma vez com o novo Us for Us. Com seis faixas inéditas, o novo álbum capta o grupo em seu momento mais unido e feliz, adicionando novas influências sem abrir mão da distorção sempre no volume máximo. Uma promessa de reinvenção e afirmação.
Com mais de quatorze videoclipes lançados e presença constante em rádios do Brasil, América do Sul, Europa e Estados Unidos, a “She Is Dead” é um testemunho vivo do espírito do rock alternativo: barulhento, intenso e impossível de ignorar.
A terceira porrada da noite virá da “Corram para as colinas”, banda de rock/metal/stoner formada em Curitiba, em 2012. por André Wlodarczyk (bateria), Márcio D’Avila (guitarra e voz) e Gustavo Slomp (baixo e voz), todos oriundos de importantes nomes da cena underground curitibana, como Fuksy Faluta, Realsub e Xmáquina, que encontraram no “Corram para as Colinas” a medida exata para seguirem com seu trabalho musical de mais de 30 anos na cidade.
Em 2014, lançaram o clipe de ‘Rival’, que junto com a música ‘Porco Vesgo’ marcaram os primeiros registros da banda e deixaram bem clara a proposta: um som pesado e direto, cantado descaradamente em português, sem escrúpulos e sem desculpas.
O primeiro EP oficial foi lançado em 2016, com cinco faixas inéditas, apresentando uma sonoridade ainda mais coesa e agressiva, mas sem deixar de lado o som característico da banda.
Em 2019 o CPC iniciou o processo de gravação do seu novo álbum. Com a pandemia em 2020 a banda acabou se concentrando na finalização das gravações, mixagem e masterização das cinco novas faixas, finalizando o processo em 2021. Este novo álbum conta com a produção de André Nisgoski (Macumbazilla), que conferiu ainda mais qualidade e poder sonoro às composições do trio. Outra novidade neste novo álbum foi o lançamento das músicas na modalidade single, acompanhadas de uma arte especial com referência a cada faixa, todas sob responsabilidade do artista plástico Victor Oliveira.
Em fevereiro de 2022 foi lançado o single de “Sufoco” e seu videoclipe no mês de junho, junto com a arte especial e um lyric vídeo. Sinta o “Sufoco” aqui. Em agosto de 2022 a banda lançou o segundo single desta nova safra, Capitão From Hell.
O CPC vem ganhando destaque no cenário musical e na crítica com o seu novo show. A performance ao vivo é o grande diferencial do power trio, que consegue estabelecer uma forte conexão com o público através da sonoridade pesada, agressiva e ao mesmo tempo cativante e interativa. Timbres fortes, linhas melódicas e rítmicas bem definidas e retumbantes, definem minimamente o novo show da banda, que a cada apresentação captura a atenção dos espectadores e sequestra os tímpanos mais atentos.
Em 1 de julho de 2022, a Wiki Metal fez a seguinte matéria sobre o CPC:
““Passando sufoco com vozes do além”. Em cima da ideia de vozes na cabeça, o conceito do novo clipe da banda curitibana Corram para as Colinas mostra o trio tocando em um local desolado, escuro e infernal, como se representasse a cabeça do personagem, que aos poucos se revela ao longo da história abstrata retratada no vídeo.
“Tendo como pano de fundo essa trama, a banda apresenta uma estética densa e sombria, com uma linguagem mais cinematográfica e menos óbvia, ao mesmo tempo que mostra os integrantes tocando de forma visceral neste cenário.
“A direção de cena e de fotografia ficou por conta de Gabriel Lunardi, que já havia trabalhado com os músicos no clipe do single “Dilúvio” (2019). Os próprios integrantes também trabalharam na produção artística do cenário, que estava 100% cru, e foi transformado para representar o ambiente idealizado ao melhor estilo “faça você mesmo”, que nem sempre é por vontade, mas sim pela dificuldade de se capitalizar recursos para produção, como na maioria das empreitadas do underground.”
Por todos estes motivos, você que é uma pessoa antenada e curiosa com as novas tendências da música curitibana, não pode deixar de comparecer ao TORMENTA FESTIVAL 2025!
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