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12/05/2024

33,3% de cada…

O título é estranho, eu sei. Mas, nos anos em que tive acesso diário ao mundo do futebol, essa composição percentual sempre se mostrou muito eficiente para verificarmos se o atleta de base chegará ou não até os patamares profissionais.

 

São 3 variáveis que não andam juntas necessariamente, mas precisam compor o perfil de todo o atleta que se predispõe a buscar um futuro como jogador de futebol. Há exceção? Lógico, como tudo na vida. Mas eventuais exceções são contadas nos dedos de uma mão.

 

E vamos lá. O que quer dizer cada um desses 33,3%?

 

Os primeiros 33,3% dizem respeito ao vigor físico. Falo primeiro desse item propositadamente. Nos moldes atuais, com os modelos atuais de jogo que vemos pelo mundo, fica muito fácil afirmar que se o atleta não tiver as características físicas necessárias (força, velocidade, altura, impulsão, etc) terá uma gigantesca dificuldade em se transformar num profissional. Tão simples quanto. As equipes privilegiam o embate, a correria, a “pegada”.

 

Os próximos 33,3% dizem respeito ao aspecto técnico. Mesmo tendo excelente preparo físico e condições físicas privilegiadas, não podemos esperar que o atleta tenha carreira promissora se não tiver o chamado “dom”. Jogar futebol parece fácil, mas você já tentou? Já matou uma bola passada em grande velocidade, com muita força? Já deu dribles seguidos em zagueiros com o dobro de massa corporal que a sua? Já chutou bolas em um gol defendido por goleiros cada vez mais ágeis e altos? A teoria é muito diferente da prática. Ainda mais pelo fato da prática sempre estar andando junto com as variáveis da competividade e do aspecto emocional, que são ingredientes que acompanham todo e qualquer jogo.

 

E os últimos 33,3% dizem respeito à cabeça, ao cognitivo. O futebol, estrategicamente, é muito diferente do que tínhamos décadas atrás. Hoje o jogo é tático, é jogado no erro do adversário. Na exploração de eventuais defeitos que o adversário possua. O treinador e seus auxiliares desenham tudo o que o atleta deve desempenhar em campo. Tintim por tintim. Se o atleta não tiver capacidade de entendimento disso tudo que lhe é pedido, certamente não terá sucesso. É fator preponderante para que saia da base e consiga ter desempenho profissional. É certamente um fator que pode ser “treinável”. Mas entendamos que, estatisticamente, mais de 90% dos meninos que sonham em ser jogador vem de um mundo que não lhes proporciona desenvolvimento cognitivo pleno. Muitos e muitos deles possuem as duas primeiras características, mas se perdem nesse mundo da bola, pois o físico e o técnico não são apoiados pela “cabeça”.

 

Essa é uma formula mágica? Eu afirmo que sim, é!

 

Para que se chegue ao nível profissional esses 3 fatores precisam ter destaque na formação do jovem atleta. Chegando ao nível profissional com os 3 fatores sendo respeitados, o sucesso ou o destaque maior sempre será de quem tiver um quarto fator agregado. Ué, mais um? Sim, mais um.

 

Profissionalismo e compromisso com sua carreira e seu corpo. Chegar ao topo é muito difícil. Mas o esporte é de altíssima competividade e altíssima exigência. Se o atleta não continuar querendo dia após dia aprimorar seu condicionamento físico, sua técnica e sua mentalidade, arrisco dizer que suas chances de ter destaque são ínfimas. Acaba chegando lá, mas permanece pouco tempo. Logo é esquecido e se vê na necessidade de estar jogando numa equipe de quarta divisão ou até amadora.

 

Exemplo extremo, que gosto de citar: Cristiano Ronaldo. Até o dia em que resolver parar de jogar estará em constante evolução nos 3 tópicos. Quem duvida disso que olhe vídeos dele há 15 anos atrás…

 

Sorte aos moleques que querem ingressar nesse mundo. Mas só a sorte não os levará aonde pretendem ir!

 

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