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13/05/2024

Começando 2024 para o futebol

futebol

Coluna passada falamos sobre a esperança que recai sobre o novo técnico da Seleção, o “professor” Dorival.

 

Mas o futebol vive e respira no dia a dia. Não é na seleção. É nos clubes. Na proximidade que os torcedores, mídia, patrocinadores, jogadores e todo o entorno desse fantástico mundo possuem. Um dos fatores que fazem com que o esporte tenha a dimensão que possui é que todos se sentem parte do jogo. Com maior ou menor participação, todos se sentem envolvidos no processo e acreditam que tem participação no resultado final. O futebol envolve todos. Nem sempre com o mesmo objetivo, com o mesmo propósito, mas envolve…

 

E esse envolvimento começa agora com os Campeonatos Estaduais. E aí precisamos entender exatamente o que representa esse campeonato para as equipes que o disputam. Lembrando sempre que busco tratar o futebol como negócio, já afirmo que, sob o ponto de vista financeiro e comercial, nada justifica a realização desse torneio no formato atual. Repito: nada justifica! É um torneio em que os clubes pagam seus atletas, suas comissões técnicas, seu staff em valores muito expressivos e recebem quase nada em contrapartida. Não há receita proveniente de transmissão de imagens, pouco vem da bilheteria e os patrocinadores não se esforçam em terem suas imagens vinculadas aos consumidores regionais apenas. Ou seja, um negócio incabível. Prejuízo milionário certo.

 

Sob o ponto de vista técnico, pode até ser entendido como um período em que as equipes montam seus escretes. Mas também é um absurdo pensar assim pois poucas equipes que participam, tem campeonatos representativos onde utilizarão os atletas após o encerramento das competições regionais. Mais de 80% das equipes só jogam o torneio regional e então o ano acaba para elas.

 

Então para que serve o campeonato, podem me perguntar. Ora, para atender os interesses das federações que precisam que seus associados votantes participem de algum torneio e para que todo o ecossistema citado no início do texto seja abastecido. É necessário haver jogos para abastecer a paixão dos torcedores, para a mídia ter o que apresentar e até para os patrocinadores não “fugirem” até que se inicie um torneio que valha alguma coisa.

 

Mas então o campeonato estadual deve ser extinto, deve acabar e assim cessaremos essa sangria? Não! O que é necessário é que o mundo do futebol se desvincule das velhas práticas políticas apodrecidas e mantidas pelos órgãos que o regem, e façam a máquina trabalhar para gerar mais recurso. Financeiro, comercial e técnico.

 

Como? Desde que se tenha vontade em reformar esse sistema, a solução é fácil. Campeonatos estaduais devem durar o ano todo e focar exclusivamente no desenvolvimento de novos atletas. Incluir mais equipes de forma micro regionalizada (visando reduzir custos logísticos) e utilizando apenas jovens. Teríamos um gigantesco acréscimo no número de jogadores revelados, pois hoje falta oportunidade e vitrine para muitos atletas.

 

Os campeonatos realmente importantes também devem ocorrer durante o ano todo, de maneira simultânea aos estaduais. Com datas mais espaçadas entre os jogos faz-se com que os atletas possam melhor preparar-se fisicamente. Faz-se que não haja o volume de contusões que hoje vemos ano após ano. Os patrocinadores teriam suas marcas expostas por todo o período do ano (o que é ótimo para eles). A mídia teria material sempre. E o mais importante, o consumidor final (torcedor) poderia ter o seu produto (futebol) muito mais valorizado. Muito mais exposto. Com novos talentos sendo gerados e em maior proporção. Com jogos também em maior volume para que possam ser assistidos (em níveis diferentes de acordo com o campeonato – jovens nos estaduais e os “feras” nos campeonatos de expressão).

 

Quebrar o paradigma é o que falta. Agir diferente é o que falta. Sair da mesmice que nos acompanha há décadas.

 

Tenho absoluta convicção que o futebol continuará sendo o “ópio do povo”. Se esse “ópio” for melhorado, toda a cadeia produtiva melhorará.

 

Que em 2024 possamos dar os primeiros passos desse avanço!

 

Leia outras colunas do Glenn Stenger aqui.

 

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