Samuel Leibowitz, salvou dezenas da cadeira elétrica sem receber sequer um agradecimento e Jesus Cristo, cujos atos benevolentes foram reconhecidos por apenas um entre dez leprosos. Nossa história está repleta de exemplos de generosidade desconsiderada e em um mundo onde a ingratidão parece imperar, é fundamental adotar uma abordagem realista e comportamental para entender e lidar com essa realidade.

A natureza humana é, por sua própria essência, imprevisível e, muitas vezes, ingrata. Marco Aurélio encarava a ingratidão como parte da vida e assim como ele, devemos compreender que esperar gratidão é, muitas vezes, fonte de frustração. As pessoas esquecem, se distraem, e o reconhecimento pelos nossos gestos altruístas pode ser raro. A essência do verdadeiro altruísmo reside na capacidade de dar sem esperar nada em troca. É como Aristóteles descreve o homem ideal: alguém que encontra prazer em fazer favores aos outros. Nesse sentido, ao invés de nutrir expectativas de gratidão, devemos encontrar alegria no ato de dar. Além disso, é importante compreender que a gratidão é uma característica cultivada. Se desejamos que nossos filhos sejam gratos, devemos educá-los nesse sentido. Desde tenra idade, é crucial ensinar a importância de reconhecer e valorizar os gestos de bondade dos outros. Através de nossas próprias atitudes e comportamentos, moldamos o entendimento e as práticas de gratidão em nossos filhos e naqueles que nos vêem como referência.

Sendo assim, ao adotarmos essa mentalidade de dar e compartilhar sem esperar recompensas, podemos verdadeiramente fazer a diferença em nosso mundo, sem nos sentirmos desapontados. Nossa capacidade de influenciar positivamente aqueles ao nosso redor é uma ferramenta poderosa para construir uma sociedade mais compassiva e generosa.

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André Lopes