Na infância, a construção do gênero molda as expectativas e oportunidades das mulheres na sociedade. Meninos e meninas são expostos a diferentes tratamentos e possibilidades com base em seus gêneros, o que influencia diretamente suas trajetórias de vida e desenvolvimento pessoal. As desigualdades de gênero, enraizadas nas estruturas sociais, têm perpetuado uma série de desafios para as mulheres, desde a distribuição desigual de responsabilidades domésticas até a falta de representatividade em cargos de liderança.

Mulheres enfrentam uma série de obstáculos quando se trata de acesso a oportunidades e estímulo para desenvolver suas habilidades. Na pandemia, por exemplo, houve uma disparidade alarmante na perda de empregos: mulheres sofreram uma redução de mais de 220 mil vagas de trabalho no mercado formal, enquanto os homens acumularam mais de 34 mil novos postos de trabalho. Além disso, a sub-representação em carreiras de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) reflete a falta de estímulo e suporte para as mesmas em campos considerados tradicionalmente masculinos. Essas disparidades limitam o potencial das mulheres e contribuem para a perpetuação da desigualdade de gênero. A divisão desigual do trabalho doméstico também é um obstáculo. Enquanto 21.7% delas se dedicam à economia de cuidado – trabalho não remunerado para casa e filhos – para eles esse percentual é de 1.5%. Essa desproporção perpetua estereótipos de gênero que restringem seu potencial.

Em uma sociedade que continua a impor expectativas e limitações às mulheres com base em seu gênero, é imperativo que elas se desenvolvam e busquem superar esses obstáculos. No entanto, ao desafiar normas e buscar ativamente o desenvolvimento pessoal e profissional, mulheres podem quebrar barreiras e abrir caminho para um futuro mais inclusivo. É fundamental que a sociedade como um todo reconheça e apoie seus esforços, mas principalmente, que esse reconhecimento venha delas mesmas, acreditando em sua capacidade e ousando cada vez mais.

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André Lopes