No alto à direita avistamos a casa do pintor Guido Viaro.
Tinha 2 andares e ficava na Rua Sete de Setembro esquina com as ruas Castro Alves e Candido Xavier.
A seguir, colaboradores/contadores da mesma história:
“Nessa época a Sete de Setembro era uma via de terra, com acesso precário e presença de pequenos córregos visto que a nascente do Rio Água Verde era nas redondezas” (Manoel Xavier).
“As pessoas tinham o hábito de levar o calçado bom na bolsa e andar pelas ruas com sapatos mais rústicos. Os homens colocavam uma capa preta de borracha para proteger os sapatos do barro: a galocha”(Manoel Xavier).
“O atelier do pintor ficava nos fundos da casa. As crianças que moravam na Rua Cândido Xavier brincavam com o material que ele descartava” (Sheila Regina).
“O atelier de Viaro depois passou a ser onde hoje tem um posto de gasolina” (Marília Guimarães).
“Certa vez, passando a pé em frente ao atelier do pintor, Sr. Avelino Vieira – fundador do Bamerindus (Banco HSBC) viu Guido Viaro trabalhando.
Eles não se conheciam. Sr. Avelino pediu licença para ver os trabalhos, apreciou muito e então disse: ” – Que pena, saí de casa sem cheque e dinheiro senão compraria um quadro seu”.
Guido Viaro disse: “- Por isso, não! Pode escolher e levar o que mais gostou, depois o senhor me paga”.
Ficaram amigos. Sr. Avelino se tornou um dos grandes compradores e divulgadores da obra de Guido Viaro” (Eloi Beto Zanetti).
“Fiquei um curto tempo na casa do tio Viaro e tia Iolanda quando minha irmã nasceu. Tinha 5 anos e assim mamãe pôde cuidar da bebê recém-nascida. Minha mãe era professora e se chamava Eunice Betini Bastoszeck” (Amauri Bartoszeck).
“Ia na casa do Constantino, filho do Guido Viaro, animado com a intenção de brincar e correr naquele quintal. O terreno era comprido e formava um descidão. Constantino declinava meus convites e saía desapontado” (Amauri Bartoszeck).
“Constantino tinha uma coleção de soldadinhos de ferro. Os meninos da época passavam horas brincando” (Amauri Bartoszeck).
“Naquela casa fui buscar o meu primeiro carro. Um fusca 1965 que tinha sido do Guido Viaro e me foi vendido pelo Constantino, filho dele” (João Carlos Hey).
“Meus pais moraram naquela residência antes de pertencer ao Guido Viaro. Só se mudaram quando venderam para ele. Mais adiante tinha a casa da família Plaisant, na mesma rua. Depois só mato” (Loreley Biscaia).
“Minhas irmãs estudavam no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Iam a pé na lama e tinham que trocar os sapatos antes de entrar na escola” (Loreley Biscaia).
A casa do pintor está em pé. Um pouco diferente mas ainda lá!
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