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Lojas Americanas

22/02/2023
americanas

A gente entrava nessa loja e parecia um paraíso.

 

Era o melhor lugar quando se ia “prá cidade”, segurando a mão da mãe.

 

Subir nessa escada rolante era como se estivéssemos sendo transportados para um lugar encantado. E era: repleto de brinquedos e onde ficava a lanchonete.

 

 

Tinha toda a variedade de brinquedos que você pode imaginar e não havia produtos chineses.

 

Era tudo com mais qualidade e durável. As caixas dos jogos pesavam mais e eram feitos com madeira. Hoje é tudo papel cartonado

 

Amava as bonecas. Todas da Estrela.

 

Lá podia “namorar” a Amiguinha, que era a boneca maior e mais desejada. Tinha os cabelos compridos e alcançava quase a nossa altura.

 

Tinha a Andinha (que andava), a Beijoca, que tinha um furinho na boca e quando você juntava os bracinhos, dava um beijinho com barulhinho e tudo.

 

Tinha uma boneca que a gente puxava a cordinha atrás e ela falava algumas frases: se chamava Tagarela.

 

Tinha a Gui-Gui, que sorria.

 

Tinha a Mãezinha, que abria e fechava os olhos e embalava a filhinha de um lado para o outro enquanto tocava a musiquinha.

 

Essas bonecas eu não tive mas tive outras que também gostava, como a que imitava a cantora Wanderléia, um bebê rechonchudo e careca, mas já de borracha, e que fechava os olhos e a Suzi, que seria a bisavó da Barbie de hoje.

 

Para os guris tinha o Autorama e a cada ano lançavam um modelo novo ou série nova. O modelo Fittipaldi fez sucesso. Teve a série Wilson Fittipaldi, depois Emerson Fittipaldi, depois José Carlos Pace. Meus primos ganharam todos.

 

(Foto: Ippuc)

 

Tinha as bicicletas Caloi e Monark, os triciclos, o Jeep e o Trator da Bandeirante.

 

Tinham os jogos de tabuleiro: Jogo de Ludo, Dama e Tria, e mais tarde o Banco Imobiliário, depois teve o Detetive e Jogo da Vida. Tinha os papéis de carta até com cheirinho.

 

Sempre gostei muito de jogos porque daí podia brincar com meus irmãos. O pai brincava junto.

 

E tinha os carimbos de madeira, Balança mas não Cai, Pega Varetas, os carrinhos Matchbox, os aviões e carros da Ravel para montar.

 

E atrás da escada ficava a lanchonete, sempre cheia. Tinha que esperar para sentar.

 

Lembro do Club Lasa e da Banana Split. E também do Cachorro-Quente, do Sundae e do Waffle.

 

Club Lasa era um pão de forma macio, com queijo e presunto, cortado em triângulo e com palitinhos para segurar. A gente podia também pedir um chocomilk de garrafinha para acompanhar.

 

Servia no prato e no meio dos pães cortado colocavam batata chips.

 

A banana split eram tiras de banana em baixo, três bolas de sorvete em cima (morango, creme e chocolate) e depois cobertura de marschmellow, chocolate, caramelo e ainda castanhas picadas.

 

A gente ficava com a barriga estufada depois de comer uma banana split, mas era uma delícia.

 

Ir nas Lojas Americanas era o melhor programa do mundo e hoje, só de passar na frente e tirar essa foto, deu uma nostalgia.

 

(Foto: Josiane Robaina)

 

A escada rolante da loja é mesma, só que está parada, esperando um cliente colocar o pé para movimentar. No tempo que fiquei ali, nenhum cliente pisou.

 

 

 

No meu tempo de criança, nunca vi um degrau dessa escada desocupado. Era fila para subir e descer o tempo todo.

 

Olhar tudo em volta é uma lenta volta ao passado.

 

– Onde foram parar as crianças com suas carinhas felizes ao lado das mães?

 

– Cadê as balas a granel?

 

– Cadê aquela multidão de pessoas em que você se sentia espremido?

 

Por segundos, recordamos daqueles que nos levavam e a maioria já não estão mais por aqui.

 

Como dói.

 

E lembramos de quem éramos. Dói também.

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

2 comentários em “Lojas Americanas”

  1. Adoro quando você mostra fotos antes x atual, além de uma história cheia de curiosidades!

    Acho que as crianças vão ao shopping center com as mães hoje em dia..

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