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karin romanó

Neve em Curitiba

09/07/2024
neve

A fotografia foi tirada do dia 17 de julho de 1975. Há meio século. Giovanna é a menina. Morava no Haras Paraná até os 11 anos. Um lugar lindo, pedacinho do paraíso, do qual ela guarda recordações muito felizes.

Haras Paraná era uma referência nacional na criação de Cavalos PSI (puro sangue inglês).

A área de 100 alqueires ficava em São José dos Pinhais, exatamente onde hoje estão os bairros Quissisana, boa parte do Costeira e o começo da Colônia Murici.

A rua que passava em frente ao Haras é a do Kartódromo, que passa do lado do Cemitério Pedro Fuss. O Supermercado Jacomar fica onde era uma das esquinas do Haras.

Voltando à foto, a menininha se chamava Giovanna Tarquinio, tinha 4 anos, está com o pai Lincoln Tarquinio e era neta do Sr. Farid Surugi.

Farid Surugi foi um curitibano muito importante e respeitado.

Ergueu vários prédios na cidade e os dois edifícios mais altos daquela época foram construídos por ele: o da Telepar (hoje Palácio das Comunicações) e o do Shopping Itália, que tinha até heliponto e em uma determinada época do ano colocavam uma touca de papai noel lá no topo. Cada um desses prédios tinha mais de 100 metros.

A família Surugi – a avó Suely Reichmann Surugi, Lincoln e Suzana Tarquinio, uma prima e Giovanna

Sr. Farid Surugi era o proprietário do Haras Paraná junto com seu cunhado, o respeitadíssimo médico Dr. Alô Guimarães. A esposa do Dr. Alô se chamava Nazira e era irmã do Sr. Farid Surugi.

Eventualmente, naquela manhã gelada do dia 17/07/1975, a família tinha vindo passar a noite na casa em Curitiba.

Mas quando os flocos começaram a cair ainda não tinha amanhecido direito e os pais de Giovanna se apressaram em acordá-la:

– Vamos para o Haras!

Sim, foi a melhor ideia! Vestiram suas roupas mais quentinhas e correram aproveitar aquele momento!

A avó de Giovanna, Suely Reichmann Surugi

Não era como as geadas que já estavam acostumados a ver, quando os gramados amanheciam pintados de branco e com uma fina camada de gelo durinha. Eventos como esse já eram, até certo ponto, comuns nas manhãs geladas de inverno, ainda mais em lugares abertos e afastados como o haras.

Mas esses eram flocos de neve mesmo, branquinhos e que caiam do céu cobrindo toda a vegetação, árvores, telhado, folhas, troncos das árvores deixando a paisagem ainda mais exuberante.

Caiam até na ponta do nariz. Que sensação deliciosa!

E os sapatos afundavam na neve e podia-se escrever o nome nos vidros dos carros e fotografar, eternizando o momento.

Fizeram um boneco de neve com nariz de cenoura e cachecol.

Só os cavalos ficaram guardados. Caso saíssem das cocheiras, virariam todos “tordilhos”.

Todos estavam felizes porque nunca tinha acontecido…

E de fato nunca mais aconteceu…

(Com Giovanna Surugi Tarquinio)

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

1 comentário em “Neve em Curitiba”

  1. Quando criança passava em frente ao Haras Paraná e achava um lugar maravilhoso!! Meu sonho!! Agora conheci a Giovanna, pessoa incrível!!
    Boas recordações!!

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