Quando se cogitou que a Copa do Mundo de 1950 seria realizada no Brasil, diversas cidades do país ficaram interessadas em abrigar os jogos do torneio e Curitiba entrou firme na disputa.
O mundo viveria a 4a edição da Copa de Futebol Mundial e o campeonato ainda não tinha a magnitude que tem hoje.
Com 180 mil habitantes em 1950, Curitiba ainda não era uma cidade conhecida no Brasil e esta seria uma grande oportunidade de se apresentar mundialmente
O Estádio Durival Britto e Silva (ou do Clube Atlético Ferroviário) era o terceiro maior estádio do país. Tinha sido concluído em 1947.
Por conseguinte, Curitiba conseguiu seu intuito e sediou dois jogos da Copa do Mundo.
Conforme contou @gilbertocorreiadealmeida: “Para chegar ao estádio tinha que se trilhar um caminho que saía da Av. Marginal (hoje Afonso Camargo) na altura do Mercado Municipal.
Era um caminho estreito e tudo em volta era um atoleiro, resultado das cheias do Rio Belém. Ficava bem onde hoje está a Rodoferroviária”.
Tio Cid Pasteur Romanó tinha 8 anos e tio Ruy Romanó tinha 22 e estiveram presentes com irmãos e primos.
Anos depois a empresa de ambos: Romanó & Cia fez reformas no estádio e instalações do Clube Atlético Ferroviário. Entre elas:
1. A firma fez a fundação das torres metálicas gigantes confeccionadas com trilhos de trem fornecidos pela RVPSC (dispostos verticalmente), os quais resistem até hoje. No alto foram instalados os holofotes pois até então os jogos de futebol eram exclusivamente diurnos. Dessa forma o estádio se tornou o primeiro com iluminação noturna no Paraná. Recordando: RVPSC era a sigla de Rede Viação Paraná Santa Catarina.
2. A Romanó & Cia fez a piscina de recreação (aparece em azul na foto) e reduziu a profundidade da piscina grande utilizada também para competições (com azulejos brancos). A grande era bem funda, com 2,5 metros e consequentemente, muito perigosa. Utilizada exclusivamente no verão por ser aberta e sem aquecimento.
3. A empresa construiu um Bar Circular entre a Arquibancada Geral e o muro da Rua Engenheiro Rebouças. No local foi construído um longo balcão redondo onde no lado de dentro ficavam os fornecedores com cervejas dentro de tinas envoltas em barras de gelo. Ainda não havia os refrigeradores horizontais. Os torcedores se debruçavam pelo lado de fora sobre o balcão circular de concreto onde eram servidas as bebidas.
4. A Romanó & Cia fez ainda as cabines de transmissão dos jogos. Entre outras eram locadas para as Rádios Morumby, Guairacá e PRB2. Foram construídas seis cabines no total, logo abaixo do teto do estádio. Por estarem posicionadas no alto, proporcionavam visão periferica e privilegiada aos locutores.
Tio Ruy Romanó, 96 anos, gentil, tricolor, sereno, inteligente, boca-negra, irmão dedicado, colorado, marido exemplar, educado, ferroviário, pai/avô e bisavô amoroso, torcedor apaixonado, paranista.
Acompanhou toda a trajetória tricolor e nunca abandonou o time.
É e será sempre “SÉRIE A” no coração de todos!
Tio Cid Pasteur Romanó não fica atrás e como sempre, me ajudou nas memórias
E para ninguém ficar triste porque não é sobre times, meu pai era atleticano fanático e irmão dos dois. Todas as torcidas cabiam na mesma família!
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