Esta casa é uma obra de arte e sempre será!
No alto das pedras junto ao Morro do Boi, uma residência se equilibrava na paisagem.
A longa escada ligava a garagem até a parte principal da casa. As paredes da sala eram de vidro. E o jardim era o mar. E se estendia no horizonte.
Descíamos na Prainha e ficávamos procurando estrelas do mar e caramujos na areia e cavalos marinhos no mar. Fazíamos uma concha com as mãos cheias de água em volta de cada cavalo marinho que encontrávamos. E eles se deixavam envolver. Não ficavam se debatendo. Pareciam saber que não faríamos mal nenhum.
E tudo era perfeito salvo uma dor aguda, um aperto no peito que não passava…
Estava previsto ficar 30 dias na casa de praia com a madrinha, mas logo este tempo ficou parecendo uma eternidade. Tia Edna era amorosa e tentava me distrair mas eu só queria voltar para casa. Por que será que um coração de criança tinha que doer tanto assim?
Sentia saudades do meu pai. Muitas saudades. Mesmo estando nesse pedacinho do paraíso. Já tinha me sentido assim outras vezes, quando fui dormir na casa de avó, tia,…
E hoje, passados mais de 50 anos e olhando essa linda residência, me vejo sentada no degrau da escada, como se estivesse no cesto da gávea de um barco. As lágrimas caindo e se misturando ao mar. Penso que esses buraquinhos no coração nunca irão cicatrizar completamente.
Tio Guido e Tia Edna Weber foram meus padrinhos de batismo. Ela era a melhor amiga da mãe desde os tempos de colégio. A Família Weber foi muito feliz nesta casa.
Contei minha experiência de melancolia porque era uma criança “emocionalmente frágil” e casualmente me senti assim neste local. E quis ilustrar minha história com essa obra de arte.
Linda na sua arquitetura e linda na sua história e nas pessoas que ali viveram.
Localizada em área da Marinha, foi construída com as devidas autorizações na década de 60 e o proprietário pagou regularmente as taxas de “Laudêmio” e “Foro”. Explicando melhor, quando alguém constrói uma casa em área da Marinha, esta pessoa nunca será o dono do terreno onde a casa está, mas apenas do bem edificado.
E para o imóvel ficar legalizado, é necessário que algumas taxas sejam pagas ao dono do terreno, que nesse caso é a União. Essas taxas são o “Laudêmio”, que se paga uma vez; e o “Foro” que é uma taxa anual (seria quase como um aluguel, mas bem mais caro). Com as leis ambientais atuais, certamente não seria permitido mais a construção de uma casa neste local.
Mas os proprietários seguiram fielmente a legislação ambiental de 60 anos atrás. Espero que na continuidade de sua existência, continue sendo uma residência de pessoas felizes!
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Esta casa é uma obra de arte e sempre será! Linda na sua arquitetura e linda na sua história.
Obteve todas as autorizações para construção na década de 60 e pagou regularmente as taxas de laudêmio e foro.
Explicando melhor, quando alguém constrói uma casa em área da Marinha, esta pessoa nunca será o dono do terreno onde a casa está, mas apenas do bem edificado.
E para o imóvel ficar legalizado, é necessário que algumas taxas sejam pagas ao dono do terreno, que nesse caso é a União.
Essas taxas são o “Laudémio”, que se paga uma vez só e o “Foro” que é uma taxa anual (seria quase um aluguel, bem caro).
Com as leis ambientais atuais, certamente não seria permitido mais a construção neste local.
Mas os proprietários fizeram tudo seguindo as leis de 60 anos atrás.
Espero que na continuidade de sua existência, essa residência continue sendo local de pessoas felizes!