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04/05/2024

O papel das instituições na política

política

No último dia 31 de janeiro, tivemos a oportunidade, como Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil – Paraná, de realizar uma palestra, a pedido do atual Grão-Mestre Paulo Socher, focando na participação da Maçonaria na política, com um olhar especial para o processo eleitoral deste ano. Nossa fala ocorreu no âmbito da abertura do ano maçônico, um momento que marca o retorno dos trabalhos de todo o ecossistema maçônico do GOB-PR, sempre com uma mensagem central de destaque. A percepção do Grão-Mestre Paulo Socher de trazer esse foco neste ano foi muito acertada.

 

Enquanto preparávamos o conteúdo a ser exposto, fomos levados a diversas reflexões sobre o papel da Maçonaria na política, mas, além disso, o papel de todas as Instituições na política. Acreditamos que há particularidades de cada associação ou ente do Terceiro Setor, mas também existem muitas convergências de desafios. Em um de nossos artigos, aqui neste espaço, destacamos, inclusive, que temos percebido um esforço de todas as Instituições no sentido de encontrarem o seu DNA e poderem se posicionar de forma adequada e resolutiva no dinâmico processo social pelo qual passamos. Ou seja, em maior ou menor grau, entendemos que as entidades buscam uma ressignificação e, caso isso ainda não esteja em pauta formal, certamente a citada ressignificação está no sentimento de seus associados.

 

Um entendimento relevante é a compreensão de que a política está além das questões partidárias. No caso da Maçonaria, em particular, temos expressa vedação da discussão de política partidária, o que, de forma alguma, afeta ou interfere no saudável envolvimento político na concepção mais ampla. Dizendo isso, reforçamos que a Maçonaria de forma alguma é apolítica. É, sim, uma Instituição política, que, respeitando as convicções particulares, se engaja e envolve nas mais diversas causas, tendo como causa absoluta a construção de uma Sociedade Melhor. Enquanto os Maçons operativos, do período Medieval, erguiam Catedrais, nós, Maçons da atualidade, trabalhamos para a construção de um Edifício Social em que as virtudes sobreponham, com Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

 

Imaginar uma Maçonaria apolítica ou tolher as discussões políticas macros seria renegar os feitos do passado (Independência do Brasil, Abolição da Escravatura, Proclamação da República, etc.), desconsiderar nossos preceitos imutáveis, abandonar o planejamento estratégico participativo construído no GOB-PR, enfim, seria praticar qualquer coisa, menos Maçonaria. É nossa percepção de que o mesmo vale para a totalidade ou quase a totalidade das Instituições que, como dissemos, devem ter suas particularidades, mas certamente carregam compromisso com uma Sociedade melhor. Desta forma, uma grande lição é a da maturidade política, entendendo as visões diferentes como parte de um mútuo processo de crescimento, jamais como causa de inimizade ou rivalidade. Quando olhamos o todo, as pequenezas partidárias ficam pelo caminho e, com nossas convicções, buscamos mais convergências que divergências, sempre colocando o bem-coletivo em plano maior.

 

Destacamos também o entendimento da relevância da participação dos integrantes do ecossistema maçônico nos espaços da Sociedade que permitam uma contribuição direta com os mais diversos temas de interesse, como Conselhos Comunitários, Observatórios Sociais e outros. Ainda um destaque para o possível envolvimento de membros da Família Maçônica diretamente em pleitos como o que se avizinha. De forma alguma, isso pode ser visto como algo ruim. Claro que qualquer integrante do ecossistema que tenha essa iniciativa estará comprometido em desenvolver um trabalho edificante e transformador, sendo, inclusive, cobrado, caso eleito. É fundamental, entendendo habilidades e competências, que as entidades formem lideranças que possam ocupar os espaços políticos, sejam eles eleitorais ou não. A omissão, entendemos, é o que tem nos arrastado para caminhos tortuosos. Da mesma forma, o radicalismo vazio e idiotizante tem atrofiado a capacidade da Sociedade agir como Sociedade.

 

Em nossa fala para os membros do Grande Oriente do Brasil – Paraná, fizemos ainda uma forte sinalização sobre uma priorização maior para a escolha dos legisladores, seja na esfera municipal, estadual ou federal. Percebemos que, por diversos fatores, o brasileiro foi sendo ensinado a colocar forte energia na escolha do Executivo, deixando de lado, muitas vezes, o Legislativo. Isso tem representado grande dano na nossa estrutura política, pois o Parlamento representa um Poder determinante para as transformações almejadas e para o efetivo equilíbrio dos Poderes. É preciso maior atenção para a escolha dos vereadores, deputados e senadores, estabelecendo canais contínuos de interação e cobrança com os escolhidos. Destacamos, nessa linha, o trabalho que o GRITA, movimento de cidadania, tem feito. Para saber mais, sugerimos acessar o site: https://grita.net.br/

 

Bem, caro (a) leitor (a), o ano de 2024 será muito importante, pois temos uma visão municipalista, no sentido de que é nas cidades que as coisas acontecem. Portanto, a interação com esse processo eleitoral precisa ocorrer de forma muito intensa e inteligente para que tenhamos resultados positivos com eleitos comprometidos em entregar resultados para a Sociedade. Percebemos, neste último dia 31, que no GOB-PR haverá um trabalho muito estratégico de interação com o pleito e esperamos que outras entidades também sigam esse caminho. Da mesma forma, temos visto, desde o planejamento estratégico participativo elaborado em nossa gestão, um ecossistema maçônico cada vez mais despertado para a importância do agir transformador.

 

Ocuparemos este espaço em outros momentos durante este ano para tratar desta temática, mas, ao iniciarmos 2024, já provocamos você a ser parte da construção do futuro que deseja!

 

Sejamos todos seres políticos na prática, protagonistas do fazer!

 

Leia outras colunas do Luís Mário Luchetta aqui.

7 Comments

  • Texto Perfeito !

  • Conteúdo de extensão profunda abordando tema de elevada importância, no acertivo nas escolhas e avaliações certamente também estão sob comprometimento para a construção de comunidades com melhor qualidade de vida.

  • Parabens pelo texto irmao Luchetta.
    A Sociedade pode e deve contribuir para o crescimento do Pa’is como Nação.
    Partidarismos, extremismos, sejam de que lado for somente atrapalham o processo.
    Perfeita suas Palavras. Abs!

  • Brilhante exposição Grão Mestre de Honra Luchetta. Um singular apontamento filosófico das origens e da importância que a polícia tem e afeta diretamente nossas Vida. Excelente trabalho. Nota Máxima.

  • Excelente abordagem. Parabenizo o todo o GOB-PR por esta edificante iniciativa.
    Sempre estivemos ligados as verdadeiras mudanças por um País melhor e mais justo e não podemos nos furtar nesse momento em que vemos claramente o Brasil ir a passos largos em direção a um abismo que engolirá nossas famílias caso não comecemos a agir.
    Infelizmente muitos trocaram seus valores morais por valores financeiros e isso degrada a toda nação. A falta de valores leva o povo a trocar sua liberdade pela libertinagem. Que nos unamos nesse momento em busca de um País mais digno de valores ora esquecidos como Patriotismo, Civismo e Moralidade e que o Grande Arquiteto Do Universo nos proteja e nos guie como fez com nossos antecessores…..

  • Meus parabéns Luchetta! Boas sugestões para todos nós. Obrigado

  • Palestra excelente. Deu outra visão sobre Politica. Parabéns Eminente Grão Mestre de Honra.

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