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05/05/2024

ODS: conspiração?

ods

Como ser contra a erradicação da pobreza? Ou então, a educação de qualidade? Haveria ainda alguém contrário a água limpa e saneamento? Certamente que todos somos favoráveis a estes objetivos, porque são plenos de justiça e de empatia, correto? Visualizar cenas de pobreza extrema gera profunda comoção nos corações sensíveis ao bem. Isso está claro. Da mesma forma que imaginar a possibilidade de uma educação de qualidade entusiasma até mesmo os mais descréditos indivíduos. A água limpa e saneamento nos parece tão básico e imaginar que grande parte da população mundial vive à margem disso, gera profunda inquietação.

 

Caro (a) leitor (a) tratamos no parágrafo anterior de três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas). Existem ainda outros 14, a saber: Fome zero e agricultura sustentável; Saúde e bem-estar; Igualdade de gênero; Energia limpa e acessível; Trabalho decente e crescimento econômico; Inovação infraestrutura; redução das desigualdades; Cidades e Comunidades sustentáveis; Consumo e produção responsáveis; Ação contra a mudança global do clima; Vida na água; Vida Terrestre; Paz, justiça e instituições eficazes e Parcerias e meios de implementação.

 

Percebemos que são temas urgentes para que tenhamos condição de avançar dignamente como civilização. E cremos que justamente pela grandeza dos assuntos houve o interesse de um organismo internacional como a ONU e, em efeito cascata, de países desenvolvidos (e capitalistas) e diversas outras estruturas de governo nos mais diversos níveis, de organizações do terceiro setor e grandes corporações capitalistas. A criação de uma agenda comum, tendo os ODS no centro, nos parece cabível, sobretudo estipulando um período ideal para o atingir de tais objetivos: 2030. Observamos assim a lógica por trás da Agenda 2030, que trata de problemas comuns a todos, numa visão compartilhada de necessidades. Nada mais que unir esforços para alcançar melhores resultados, com uma visão de planejamento e de estratégia.

 

Fazemos essas considerações iniciais para chegarmos ao ponto mais latente deste artigo. Haveria conectado com as ODS, um aspecto conspiratório? Globalismo? O que pensar sobre? Há defensores de diversas teorias e naturalmente que os respeitamos, pois a liberdade de pensamento é fundamental e a crítica é sempre relevante para o amadurecimento das percepções de mundo. Agora, precisamos contrapor de forma muito humilde reforçando a simples reflexão de que os ODS traduzem muito bem anseios de todos nós por um mundo melhor. Claro que ideologicamente podemos visualizar cada objetivo com variações, mas, prevalece o todo de que em cada um dos objetivos se enxerga causas justas que podem ser alcançadas com as particularidades de cada ideologia.

 

Percebemos que muitos de nós já praticamos e buscamos os ODS, bem como a Agenda 2030, simplesmente pela nossa capacidade de raciocinar e de avaliar moralmente os contextos encontrados mundo afora. E que mesmo com nossas particularidades ideológicas nutrimos o sentimento de que podemos ter uma humanidade melhor, mudando, de uma mente para outra, tão somente os caminhos que poderiam ser perseguidos. Mais Estado? Menos Estado? São pontos que talvez nos distancie pontualmente, mas que, depois de superados, chegamos ao mesmo lugar, ao mesmo ponto de chegada. É claro que estamos tratando o tema sem grande aprofundamento, mas nossa intenção aqui é que percebamos que a maior conspiração que possa ocorrer é jogar fora temas urgentes por percepções sobre quem os organiza ou promove.

 

Se a embalagem nos desagrada, vamos sacrificar o saudável conteúdo? De modo algum queremos mudar visões ou adotarmos palavras de radical e imutável posição. Queremos tão somente que ao invés de buscarmos teorias conspiratórias que justifiquem nossas ideologias, possamos colocar energia e vigor em sermos construtores de uma sociedade melhor. Para isso, que busquemos objetivos grandiosos, independente do nome que recebam.

 

Foi nesse sentido que durante o período em que ocupamos a função de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil – Paraná, entre 2019 e 2023, trouxemos os ODS como uma forma pedagógica de estimularmos o desenvolvimento de ações e iniciativas por um mundo melhor. E assim verificamos o quanto já era desenvolvido no contexto da Maçonaria, sem sabermos que contemplava a Agenda 2030. Ou seja, a Instituição seguiu fazendo o que sempre fez, sendo motivada a fazer cada vez mais. E isso por causa da ONU? Não! Isso porque as causas são justas e se alinhavam totalmente com os princípios da Ordem Maçônica. Nossa adesão aos ODS foi inédita, mas nosso compromisso com a Sociedade é secular.

 

Finalizamos lembrando que por mais individualista que possamos ser, vamos encontrar na história exemplos reais de que a união e a coletividade da humanidade sempre encontram saídas mais seguras e certeiras para grandes problemas e desafios. Respeitando a soberania do indivíduo, assim como das Nações, podemos enxergar pautas comuns como ferramentas de estímulo ao agir. É dessa forma que procuramos enxergar. E é injetando energia em aspectos práticos de transformação que vamos seguindo minimamente contribuindo com a humanidade. Afinal, o pouco que fazemos aqui, com muitos outros “poucos “mundo afora, com certeza vão gerando grandes mudanças e avanços.

 

Leia outras colunas do Luís Mário Luchetta aqui.

8 Comments

  • Bom dia Prezado Luis Mario Luchetta, comungo perfeitamente com vosso pensamento exposto no texto. Irracional imaginar nao fazer
    algo para melhor num todo o ambiente que vivemos. Digo o ambiente porque penso que devemos começar em nossa mesa de trabalho,
    empresa, lar, rua, bairro, estado, pai’s, continente…… ate a atmosfera toda. ‘E dever de cada um fazer o que lhe cabe. Nao ha espaço para
    imaginar conspirações,..bla bla bla. Seguimos fazendo nossa parte e estaremos dormindo em paz.

  • A velocidade da degradação universal é tão célere que toda e qualquer acão, individualmente que seja, precisa ser reconhecida. Seu artigo é devastador pela consciência provocativa da reflexão. Verdade nua e crua não se trata se “conspiração”. Parabéns pela provocação.

  • Os ODS são verdadeiros baluartes que devemos todos buscar para podermos auxiliar, principalmente, as pessoas mais vulneráveis socialmente se analisando.
    Parabéns ao Autor pela adequada valoração destes Objetivos, principalmente com vistas à diminuição das desigualdades sociais.
    E quanto a pergunta, acredito, infelizmente, que tenhamos pessoas que possam ser contrárias aos ODS…. por questões ideológicas/político-partidárias que jamais seriam confessadas.

  • Parabéns meu brother!

    Você é um verdadeiro construtor social.

    Deuteronômio 15:

    11 Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra.

    https://bibliajfa.com.br/app/acf/05O/15/11

    MMIICTMR

    JOSÉ LUIS GONÇALVES
    Advogado OAB-SP 116.672
    Jornalista MTB 89.169 SP

  • Se todos nós (Cidadãos, Entidades, Governos, ONGs etc) trabalhassemos pelo alcance dos Objetivos de desenvolvimento, teriamos um Mundo mais Humano e Fraterno.

  • Os ODS, na verdade, é resultado da compilação das necessidades do mundo em uma visão holística. Podendo ser aplicados, como bem escreveu, por qualquer ideologia política. O mais importante é a busca por estes objetivos sem interesses pessoais ou políticos, mas sim com a intenção humanitária, como a maçonaria tem feito ao longo dos séculos.

  • Parabéns pelo texto. A abordagem é esclarecedora e oportuna. O foco na convergência de ideias e iniciativas, respeitando e valorizando diferenças evidencia a urgência das ações, que estão acima de ideologias. Além disso valoriza o histórico da maçonaria e a sintonia de suas práticas com os ODS.

  • Excelente artigo para uma real reflexão, Luís Mário.
    Como sempre, certeiro em suas considerações.

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