HojePR

LOGO-HEADER-slogan-675-X-65

29/04/2024



Sem Categoria

O último filme “Indiana Jones”: vale a pena assistir?

 O último filme “Indiana Jones”: vale a pena assistir?

Doses de nostalgia, saudosismo, diferenças geracionais e muita ação. Tudo isso é visto fervorosamente no último e mais recente “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, o 5º filme da saga. Disponível a partir do dia 29 de junho nos cinemas, quinze anos depois de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” e 42 anos desde o lançamento do primeiro filme. Para encher de alegria o coração dos fãs, Harrison Ford retorna para o lendário papel do arqueólogo Indiana Jones com o objetivo de viver sua última aventura e se encontrar no mundo atual.

 

A franquia, sem dúvidas, moldou toda uma geração ao longo de 42 anos. Vimos o personagem Indiana Jones em diversas aventuras, amadurecendo e fomos cada vez mais nos simpatizando com a construção das histórias de aventura, ação, com os personagens e com tudo o que Indiana Jones representa. Para este último longa-metragem, James Mangold (Logan e Ford vs Ferrari), é o responsável pela direção e roteiro, que lá atrás em 1981, começou com Steven Spielberg.

 

Crítica: Indiana Jones e a Relíquia do Destino

De cara presenciamos no texto básico do filme a dicotomia entre o novo e o velho. Com Indiana Jones já um senhor de idade prestes a se aposentar que não enxerga razão em nada, pois vive em um tempo onde as pessoas já não se importam com tudo o que ele tanta ama, as tais “coisas velhas”, até porque acompanhamos a história que comemora o momento em que o homem pisou na lua (1969), ou seja, trata-se de uma geração muito mais preocupada com o futuro do que preservar e olhar para o passado. Com essa situação problema, é necessário um despertar de brilho nos olhos e motivação para que Indiana Jones/Indy viva sua última aventura. Definitivamente esse “brilho nos olhos” é sustentado por sua afilhada Helena, interpretada por Phoebe Waller-Bridge, personagem crucial na trama.

 

Além do saudosismo com Harrison Ford e acompanhar a atuação de Phoebe, o que o 5º filme tem de mais especial é o roteiro, sem dúvidas. Além da camada comum da história, o que está ali camuflado como mensagem, como tom e como uma forma de olhar (respeitando o passado) para o presente com suas diferenças no mundo que vivemos hoje, a junção desses elementos fazem do 5º filme um belo final de história. Indiana Jones foi construído em cima de um imaginário americano, com patriotismo e mitologia sustentada ali ao longo de muitos anos. Nesse longa, podemos observar a ruptura com esse ideal de heroísmo. A história que se passa em 1969 traz consigo muitos fatos históricos marcantes. Um final de década que marca os protestos contra a Guerra do Vietnã, movimento hippie, Charles Manson, Guerra Fria e o medo do comunismo ou qualquer coisa que se oponha à forma americana de se viver. E não é à toa a escolha desse recorte e elementos na história!

 

Outro acerto de Indiana Jones e a Relíquia do Destino é a construção de um vilão que se envolveu com o nazismo e, na atualidade da história em 1969, tem envolvimento com o governo americano (ainda com pensamentos nazistas). São tantos traços de modernidade na trama, como por exemplo ao mostrar pessoas seguidoras ainda do pensamento nazista após a Segunda Guerra Mundial. Coisa que, infelizmente, presenciamos até hoje. O filme acerta ao conectar a história com os dias atuais, acerta em humanizar cada vez mais o personagem Indy, acerta ao finalizar a história do querido Indiana Jones! Afinal, qual será o destino da relíquia que está no coração dos fãs? O que será de Indy? A resposta abordada de forma bela é o amor e a conexão com outros seres humanos. Não poderia ser diferente.

 

Uma produção gigantesca, com direção de arte e figurinos espetaculares, movimentação de câmera de acordo com a trama e por aí vai. Filme de qualidade. Ainda que, no primeiro take em que vemos Indy já com idade avançada, ele aparece sem camiseta e admito que me encomendei com a falta de cicatrizes que indicariam todas as aventuras pelas quais passou nos últimos 4 filmes anteriores. Outro ponto são as longas cenas de ação que poderiam ser menores. Mas isso é um detalhe perto da trama construída. Se você assistiu a franquia toda, terá um prato cheio agora com a finalização de Indiana Jones, se você nunca assistiu nenhum filme, tudo bem, provavelmente irá gostar do último longa também. Indiana Jones finaliza com o gosto da aventura, com leveza em seu entretenimento, com a seriedade em encaixar o que a franquia representa na modernidade e, ainda, ressaltando que não existe nada maior e mais simbólico que o amor.

 

Leia outras colunas da Patricia Lourenço aqui.

 

1 Comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *