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25/04/2024



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Centro de criatividade de Curitiba/ Memorial Paranista/ Parque São Lourenço

 Centro de criatividade de Curitiba/ Memorial Paranista/ Parque São Lourenço

Em 1977, ainda administradora hospitalar da Casa de Saúde São Francisco, em minhas férias, fui fazer um curso de duas semanas no Centro de Criatividade de Curitiba.

 

Fundado na gestão do prefeito Jaime Lerner, em dezembro, o CCC completará 50 anos. Na ocasião, os espaços abertos ao público eram ocupados por artistas que orientavam os frequentadores interessados. O curso que menciono, aconteceu em julho e durava duas semanas. Na primeira semana, os inscritos passavam por oficinas de diversos artistas, dentre os quais: Fernando Calderari (gravura), João Osório (pintura), Elvo Damo (escultura) e, na segunda semana, podiam escolher um atelier para frequentar. Se bem me lembro, além dos citados havia o atelier de resina orientado por Teka Sandrini, Renato Pedroso (solda em metal), Antonio Arney (colagens), Ligia Borba (cerâmica). Eu escolhi fazer solda, com o Pedroso, mas como a máquina de solda estava estragada, acabei frequentando, a convite, o atelier de gravura de Fernando Calderari. Argumentei que não sabia desenhar, mas ele respondeu que eu tinha um bom traço e que “além do mais, gravura não era desenho” disse ele, “tem suas características próprias”. Então…arrisquei.

 

Ao fim das férias, abandonei hospital e fiquei frequentando o CCC. Animada por Calderari, me inscrevi para o vestibular das Belas Artes. Tendo feito Escola Normal para ser professora (que segundo minha mãe seria ótimo porque tinha férias longas) não me achava preparada nas disciplinas específicas de desenho, geometria, matemática. Novamente Calderari: “Pega aqui meus livros de geometria, estuda e vai fazer um curso preparatório de desenho com o Ivens” (Fontoura). As aulas eram no próprio prédio da Escola de Música e Belas artes do Paraná (EMBAP), onde já havia cursado piano com a professora Renee Devraine Frank. Passei no vestibular e, no segundo ano da escola, com Elvo Damo, Alfi Vivern e Jefferson Cesar, representamos o Brasil na V° Exposição Internacional da Pequena Escultura de Budapest 1981, mas essa é uma outra história.

 

Participando, no ano seguinte, da exposição “Um século de Escultura no Brasil” no MASP (Museu de Arte de São paulo Assis Chateaubriand), organizada por Pietro Maria Bardi e Jacob Klintowitz, com a obra “As máscaras – homenagem a Menotti Del Picchia”, lembrei que aos sete ou oito anos de idade, quando vim morar em Curitiba, durante um outro Curso de Férias, dessa vez no Colégio Estadual do Paraná, visitando a “Escolinha de arte” nos porões daquela importante instituição, vi uma máscara africana, modelada em argila e, em um momento marcante, recordo ter pensado: “um dia vou fazer isso”.

 

O tempo passou, a vida seguiu e, na hora de fazer vestibular, pensei nas Belas Artes, mas como “não sabia desenhar”, acabei fazendo vestibular para Administração de Empresas na Federal, o que foi muito bom, já que gerir é uma das minhas paixões.

 

Conto isso para dizer que a arte importa para a nossa cidade! Curitiba, que aniversaria essa semana, inaugurou o Memorial Paranista no Parque São Lourenço pelas mãos do prefeito Rafael Greca. A capital do Estado do Paraná propiciou tantos de Salões de Arte, Festivais e Oficinas de Música, ateliers livres, espaços de exposição que ofereceram a mim e a tantos outros, oportunidades, para que pudessem trilhar os caminhos da criação e da transformação e que, mais tarde, retribuíram e continuam contribuindo com a comunidade como agentes de transformação, professores, artistas, empresários, mediadores riqueza, vida e beleza.

 

Agradeço a Curitiba e a seus administradores. Agradeço aos artistas e às almas generosas que cruzaram o meu caminho. São tantos, que aqui não poderei enumerar. Vão ficando para outras histórias…

 

Feliz Aniversário, Curitiba!

 

Na foto acima, a escultora no atelier do Centro de Criatividade de Curitiba, anos 80.

 

Leia outras colunas da Elizabeth Titton aqui.

1 Comment

  • Elizabeth e uma grande artista plastica, agora demonstrando sua arte nas letras. Adorei a coluna.

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