Curitiba é referência na construção dos chamados prédios sustentáveis. A cidade já abriga 24 edificações certificadas no Brasil e no exterior com algum tipo de selo verde, e está em segundo lugar no ranking Casa & Condomínio, elaborado pelo Green Building Council Brasil (GBC). São Paulo tem 42 prédios reconhecidos como sustentáveis e no Rio de Janeiro são 11.
Conservar, reutilizar, reciclar
O mercado de construções que adotam conceitos de sustentabilidade cresceu 101% desde 2019, de acordo com o GBC, e a onda de prédios verdes tem várias razões de ser. Uma é comercial, já que um imóvel com estas características atrai um comprador diferenciado. A preservação e proteção do meio ambiente também entram na conta, assim como a economia de médio e longo prazos nos gastos com energia e água, por exemplo. Para ser receber um selo verde, a construção precisa respeitar princípios como conservar, reutilizar e reciclar ou renovar.
ESG é agro
“ESG não é panaceia, não vai resolver todos os problemas ambientais e sociais. Não vai substituir políticas públicas e sua evolução é fortemente puxada pelas pressões regulatórias. Pode ser apenas mais uma onda gerencial que no futuro será substituída por outra sigla. Mas isso não invalida o fato da agenda ESG causar furor nas estruturas das corporações e provocar mudanças que afetam o setor agropecuário. São novas oportunidades criadas pelo mercado. Resta saber quem vai ficar para trás e quem vai entrar na onda”. A análise é de Lígia Dutra, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Desindustrialização nacional
A participação da indústria de transformação na geração da riqueza do País está no menor patamar desde o início da série histórica, em 1947. Nada a ver com a fuga de grandes corporações globais do País ou o fechamento de fábricas em razão da pandemia. O número de empresas até cresce, mas desindustrialização nacional já vem de longe e significa queda constante da participação do setor de transformação na formação do Produto Interno Bruto (PIB).
Menor da história
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade informa que a indústria de transformação encolheu, em média, 1,6% ao ano na última década e participação no PIB do país caiu de 15% em 2010 para cerca de 11% em 2020. A indústria geral – uma classificação que inclui o segmento extrativista, a construção civil, energia e saneamento – responde por 20,4% do PIB brasileiro e também está em queda. O setor de serviços produz 71,7% da riqueza nacional e a agricultura 7,9%.
Produzir CO2 gera metano
A queima de combustíveis fósseis é grande responsável pelos gases de efeito estufa. Mas antes mesmo de serem consumidos, os produtos respondem por outra fonte poluidora, o gás metano. A extração, refino e transporte de petróleo, gás natural e carvão gera 97 milhões de toneladas de metano por ano, segundo a ONU. As emissões atingiram níveis recordes, com um problema a mais para o planeta: o metano retém até 35 vezes mais calor do que o dióxido de carbono.
Arroto do boi
No Brasil, a produção agropecuária é a causa maior das emissões de gás metano na atmosfera e o arroto do boi é o grande vilão da história. Cada animal libera cerca de 60 quilos do gás por ano e o rebanho nacional não é desprezível. Segundo o IBGE, o Brasil tinha, em 2020, 218,2 milhões de cabeças de gado.
Foto: Maurilio Cheli/SMCS
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Silvio Lohmann é jornalista. Atuou como repórter e editor de publicações setoriais. Tem uma longa trajetória profissional na área pública. Coordenou as áreas de imprensa do Sistema Fiep, entre 2003 e 2009, e do Governo do Paraná, de 2011 a 2021.