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03/05/2024

LITERATURA

Literatura

Curitibano de 12 anos lança livro infanto-juvenil

 Curitibano de 12 anos lança livro infanto-juvenil

Sabe a história da professora que mudou a vida de um aluno? Que com aulas criativas conseguiu alcançar habilidades que a criança nem sabia que possuía? Que busca acessar o que cada aluno tem de melhor? A professora Wilzelaine Aparecida Hanke, de Língua Portuguesa e Oficina de Leitura e Redação, conseguiu essa conquista na vida do estudante Joshua Richard Caetano Greenshields, em um dos momentos mais difíceis da sua vida.

 

Era início de 2020, quando Joshua, então aluno do 6º ano do Ensino Fundamental, tinha acabado de se mudar para o Colégio Positivo – Boa Vista, em Curitiba. Foi quando começou a pandemia. Conteúdos on-line, plataformas desconhecidas, professores também. Tudo novo num ambiente que parecia ser de difícil adaptação, até que não demorou para o menino conhecer – virtualmente – a prô Wil.

 

“O Joshua passava o período todo assistindo às aulas por meio da transmissão on-line e até aquele momento não escrevia muitos textos. Foi durante nossas produções, essencialmente literárias, que ele surgiu com o personagem Dom Ratinho. Em todas elas, de uma forma ou de outra, ele escrevia narrativas cujo protagonista era sempre o mesmo”, lembra a professora.

 

A escola como incentivadora

A escola teve papel importantíssimo no interesse de Joshua pela escrita e pela leitura, segundo a mãe, Márcia Greenshields. “Ele gosta de ler tanto livros em português como em inglês. Ama tecnologia, sempre está criando algo diferente. Pediu para o pai, que estava na Inglaterra, mandar um livro de presente no seu aniversário em 2021. Quando chegou, ele ficou maravilhado e leu muito rápido”, lembra a mãe, que percebeu que as aulas fizeram com que o estudante se interessasse não apenas em ler, mas em escrever o que vinha à mente.

 

“Até o início das aulas no Colégio Positivo, ele nunca tinha feito uma composição. Gostava muito de criar as histórias da sua imaginação, mas tudo sem escrever. Somente fazia desenhos sequenciais. Por isso, digo que a escola foi fundamental para fazer com que a criação saísse do mundo imaginário para o papel”, conta a mãe.

 

A professora Wil concorda. Desde o início das produções, ela via as histórias com uma forte possibilidade de ser lida por mais pessoas, especialmente por crianças. “A linguagem acessível despertou em mim a vontade de continuar lendo. Imaginar os personagens era muito agradável e revelador. Se um adulto se sentia envolvido, como uma criança não se deixaria levar por toda aquela magia?”, se questionava. “Passei a comentar com colegas a respeito da potencialidade dele e de outros colegas, cada qual com suas características únicas de escrita”, lembra.

 

No caso do Joshua, chamava a atenção a delicadeza das palavras e a forma como envolvia o leitor, transportando-o para um universo puro, em que não importam as diferenças. Uma riqueza imaginativa que cativa leitores iniciantes e mais experientes. “O Joshua traz em sua escrita o perfil dos autores de literatura infantil, perfil esse que o Brasil está ficando carente”, explica.

 

E foi assim, aula por aula, que a professora viu o envolvimento do aluno em discorrer mais e mais capítulos com histórias envolventes e, ao mesmo tempo, despretensiosas, que prendiam os leitores, no caso ela e os colegas de sala. “Os contos trazem temas como amizade, persistência, senso de justiça, de coletividade, imaginação, trabalho em equipe e preservação do meio ambiente. Também incorporam outras disciplinas em seus enredos, especialmente história e ciências”, detalha.

 

Do manuscrito ao livro

No 7º ano, os textos literários deixaram de ser o foco das aulas, mas não das horas vagas do aluno dedicado. “Mesmo que os textos trabalhados naquele período não fossem mais os literários, em casa, ele continuou a escrever os contos do Dom Ratinho, somando 17 ao todo”, conta a mãe.

 

Como a professora Wil é conselheira da sala, no início deste ano, ao conversar com a mãe numa reunião, ela comentou que os contos de Joshua mereciam ser publicados, já que haveria leitores infanto-juvenis interessados em lê-los.

 

E qual não foi a surpresa do estudante quando a professora avisou que uma editora estava recebendo livros de novos autores. Era só se cadastrar e enviar a obra que passaria por uma seletiva. “Eu só tive o trabalho de digitar todo aquele material e fazer as devidas correções. O restante foi todo trabalho dele”, comemora, feliz, a mãe, ao saber que a obra do filho havia sido selecionada.

 

“Ele só não ilustrou o livro, mas fez um esboço e disse como gostaria que os personagens fossem”, lembra. E assim o livro foi lançado: Aventuras Incríveis do Dom Ratinho, Editora Asinha, disponível em todas as plataformas de venda. É claro que é muito cedo para afirmar que Joshua será um escritor na vida adulta. Mas uma coisa é fato: ele já ensaia a próxima obra, sendo autor do texto e da ilustração, sua outra paixão.

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(Foto: Divulgação)

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