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18/05/2024

SAÚDE

Dengue mata duas pessoas por dia no Brasil; Paraná registra 17.692 casos e 12 mortes

dengue

O Brasil registrou 183 mortes por dengue este ano, média de dois óbitos por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. O número pode ser maior, já que ainda há 231 óbitos em investigação no País. Os dados, apurados até o dia 6 deste mês, apontam 592.453 casos prováveis de dengue em todos os Estados. A incidência é de 278 casos por 100 mil habitantes. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.230 já tiveram ao menos um caso positivo de dengue este ano.

 

O Paraná registrou, na última semana, mais 3.660 casos de dengue, segundo dados do boletim semanal divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta terça-feira (11). O Estado apresenta o total de 17.692 casos confirmados da doença, 26% a mais que o boletim anterior, que trazia como total 14.032 confirmações. Todas as 22 Regionais de Saúde possuem casos confirmados. No total, 242 municípios registraram pessoas com a doença, o que representa 60% dos municípios paranaenses. Até o momento, o Estado possui 12 mortes por dengue. Não houve confirmação de novos óbitos neste último informe.

 

“O Governo do Estado mantém o alerta e a vigilância apoiando as ações de combate e controle da dengue e chikungunya em todas as regiões e municípios. Precisamos unir forças com a população para a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, que, em sua maioria, estão nos quintais das casas. Por isso, inspeções diárias nos quintais em busca de criadouros é fundamental para evitar a proliferação do vetor”, disse o secretário da Saúde, César Neves.

 

Panorama nacional

A maior incidência dessa doença entre a população ocorre no Espírito Santo, com taxa de 1.568 casos por 100 mil habitantes. O Estado teve 1.742 casos no primeiro trimestre de 2022 e agora registra 64.422, segundo boletim do ministério. Em número, o maior aumento aconteceu em Minas Gerais. O Estado somou nos primeiros três meses deste ano 170.164 casos, enquanto em 2022 foram 23.256. Mato Grosso do Sul também registrou alta de 4.248 casos para 24.048 nos mesmos períodos.

 

Em São Paulo, embora o Ministério da Saúde aponte alta no número de casos prováveis, de 98.080 para 131.807, a Secretaria de Saúde do Estado afirma que a doença já incide menos. “São Paulo registra neste ano redução de 23,8% nos casos de dengue e 32% nos óbitos em todo o Estado, em comparação com o ano passado”, disse em nota.

 

Segundo a pasta, foram confirmados até o momento 88,8 mil casos e 70 mortes pela doença. No mesmo período de 2022, foram 116,6 mil casos e 103 óbitos. A diferença se deve ao fato de que, enquanto o ministério contabiliza casos prováveis, a secretaria estadual só soma os casos depois de confirmados por exames.

 

Quais as melhores maneiras de evitar a proliferação do mosquito?

• Encha os pratos dos vasos de plantas com areia até a borda

 

• Troque a água e lave o vaso das plantas aquáticas com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana

 

• Troque a água dos animais de estimação e lave as vasilhas constantemente

 

• Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre fechada

 

• Caixas d’água também devem permanecer fechadas e todos os objetos que acumulam água, como embalagens usadas, devem ser jogados no lixo

 

• Folhas e tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas também precisam ser removidos

 

• Garrafas e recipientes que acumulam água devem ser sempre virados para baixo

 

Brasil teve mais de mil mortes em 2022

Em 2022, o Brasil registrou o maior número de mortes por dengue desde que a doença voltou ao cenário nacional na década de 1980. Foram 1.016 mortes, superando o recorde anterior de 2015, quando houve 986 óbitos.

 

Diante do alerta de aumento da incidência no País, o Ministério da Saúde informou ter instalado o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses para atuar no controle e redução de casos graves de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

 

Para apoiar Estados e municípios que sinalizaram crescente aumento nos casos, a pasta tem enviado equipes técnicas para reforçar as ações de vigilância epidemiológica, controle vetorial e assistência. Segundo o ministério, todos os Estados estão abastecidos com três tipos de inseticidas para controle do mosquito.

 

Perguntas e respostas sobre a dengue

• O que é dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus que pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Também são classificados como arbovírus, ou seja, são normalmente transmitidos por mosquitos.

 

• Como a dengue é transmitida?

No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

• A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, o período do ano com maior transmissão ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença.

 

• Que remédios é possível tomar contra a dengue?

Toda medicação deve ser tomada só após a indicação de um médico. Mas é importante reforçar que alguns remédios são contraindicados em caso de suspeita da doença, entre eles, Ácido acetilsalicílico (aspirina) e Prednisolona, pois podem agravar o quadro clínico em caso de confirmação da dengue.

 

• Como é o mosquito da dengue?

Apesar de ser muito parecido com o pernilongo, o mosquito da dengue tem algumas características que servem para diferenciá-lo Além das listras brancas e pretas, ele é silencioso e costuma picar durante o dia. Igualmente considerada vetor da febre amarela urbana, a fêmea do mosquito Aedes aegypti é a principal transmissora da dengue no Brasil. Conforme a Fiocruz, o Aedes tem se caracterizado como um inseto de comportamento estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas.

 

• Quais são os sintomas da dengue?

A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

 

Os principais sintomas

• Febre alta acima de 39°

 

• Dor no corpo e articulações

 

• Dor atrás dos olhos

 

• Mal estar

 

• Falta de apetite

 

• Dor de cabeça

 

• Manchas vermelhas no corpo

 

• Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue)

 

O que é dengue hemorrágica?

No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.

 

“Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade”, alerta a Fiocruz.

 

Grávidas, crianças e idosos têm mais riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

Quais são os sinais de alerta?

• Dor abdominal intensa e contínua

 

• Vômitos persistentes

 

• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)

 

• Hipotensão postural e/ou lipotímia (perda de sentidos)

 

• Letargia e/ou irritabilidade

 

• Sangramento de mucosas

 

Como diferenciar a dengue da covid-19?

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, enquanto a transmissão pela covid acontece por meio de partículas que se espalham pelo ar, secreções de pessoas infectadas ou superfícies contaminadas.

 

Sintomas comuns entre as doenças: febre, dores no corpo e de cabeça, cansaço e mal-estar.

 

No entanto, tosse, dor no peito, falta de ar – principalmente – e alteração do olfato, por exemplo, são sintomas apenas da covid-19. Já no caso da dengue a diferença é que a pessoa pode apresentar manchas na pele e problemas gastrointestinais.

 

Posso pegar dengue mais de uma vez?

Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada.

 

Caso volte a ter dengue, com um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.

 

Depois que o mosquito da dengue pica, quanto tempo aparecem sintomas?

Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias.

 

Como o mosquito da dengue se contamina?

O mosquito fêmea se torna infectado quando suga o sangue de alguém doente, no curto período em que esta pessoa tem várias partículas do vírus circulando em seu sangue. Neste momento, o mosquito terá o vírus em seu estômago, mas ainda não é capaz de transmiti-lo.

 

“Entre 10 e 12 dias depois, as partículas do vírus dengue se disseminam pelo organismo, multiplicam-se e invadem suas glândulas salivares: neste momento, o mosquito fêmea se torna infectivo e, somente a partir daí, poderá transmitir o vírus a outra pessoa”, acrescenta a Fiocruz.

 

Existe vacina contra a dengue?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no começo de março de 2023 uma nova vacina contra a dengue, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda. O produto, batizado de Qdenga, teve eficácia de 80% nos estudos clínicos. É o segundo imunizante contra a doença a receber registro no Brasil, mas o primeiro que poderá realmente mudar o curso das epidemias da doença. Isso porque a primeira vacina, do laboratório Sanofi Pasteur e aprovada no País em 2015, foi descartada pela maioria dos países como estratégia de prevenção por ser recomendada apenas para quem já contraiu algum sorotipo da dengue, já que aumenta a ocorrência da forma grave da doença em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus. Ela tem ainda como limitação a faixa etária para qual é indicada: 9 aos 45 anos.

 

Ainda não há previsão de quando a vacina estará disponível no mercado. Antes, ela precisará passar pelo processo de precificação junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que costuma durar meses. Também não é possível dizer ainda se o produto será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para ser oferecido em campanhas nacionais de vacinação.

 

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