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28/04/2024



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Descubra se você está vivendo uma relação abusiva

 Descubra se você está vivendo uma relação abusiva

Ana tem 31 anos e há poucos meses conheceu Ricardo. Inicialmente, Ricardo mostrou-se muito atencioso e verdadeiro, enchendo Ana de mimos, afirmando que desejava um relacionamento sério. Aos poucos, ela foi se envolvendo e sem perceber, começou a se afastar de suas amigas mais próximas. Sua família notou que algo estranho havia acontecido e sua irmã tentou alertá-la de que o relacionamento não parecia mais tão saudável. Ricardo começou a ter crises de ciúmes intensas, inclusive relacionadas a família dela. Seu celular era fiscalizado frequentemente, em suas redes sociais só haviam fotos dos dois e sua bio deixava claro que ela estava em um relacionamento com Ricardo. Um belo dia, Ana ficou conversando com uma colega de trabalho após o expediente e quando chegou em casa, encontrou Ricardo à sua espera no portão, descontrolado, acusando-a de traição, fazendo Ana chorar copiosamente após quebrar o celular dela em vários pedaços. No dia seguinte, ele pediu perdão à Ana, levando-lhe flores, jurando que nunca mais faria aquilo. Pouco tempo depois, Ricardo voltou a perder o controle.

 

Casos como o de Ana não são isolados e a maior semelhança entre eles é que a vítima não tem consciência de que está vivendo em uma relação abusiva, que dependendo do nível de complexidade e do transtorno mental do abusador, pode levar a um feminicídio. Para compreender se uma mulher vive em uma relação abusiva, basta analisar traços deste perfil e as atitudes que estão dispostas na Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha. São elas: violência física, quando existe violência contra sua integridade ou saúde corporal; violência psicológica, quando o abusador diminui a vítima, mexendo com sua autoestima, tentando degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica; violência sexual, quando a vítima presencia, mantém ou participa de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; violência patrimonial, quando há retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; e a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

 

Sendo assim, por falta de conhecimento sobre seus direitos e daquilo que configura violência, muitas mulheres vivem uma relação abusiva e passam anos sendo manipuladas, colocando a saúde mental e sua vida em risco. Por isso, devemos falar mais sobre esse assunto que é tão importante e lembrar que o ditado “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” não se aplica quando existem atos de violência. É preciso desconstruir essa ideia, ter empatia e prestar ajuda às mulheres, unindo-se para que a violência contra a mulher se torne cada vez menos natural. Há muito o que ser feito e atitudes como o envio deste texto para todas as mulheres que você conhece, pode construir um despertar para muitas que vivem em sofrimento.


Referências:

Lei Maria da Penha. Planalto.gov, 7 ago 2006. Disponível aqui. Acesso em 19 abr 2023.

Velasco, C., Grandin, F., Pinhoni, M., Farias, V. Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas. G1, 8 mar 2023. Disponível aqui. Acesso em 19 abr 2023.


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