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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura surpreende com cenas de terror

09/05/2022

Diferente dos outros filmes da Marvel, o segundo longa-metragem chega com uma proposta completamente diferente. Com cenas e referências que remetem ao gênero terror, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura teve o diretor ideal para tal feito. Sam Raimi (diretor de A Morte do Demônio) que já trouxe cenas de luta com um pouco mais de violência em Homem-Aranha 2, aqui na continuação de Doutor Estranho, se apropriou do gênero o filme inteiro. Mas dito isso, algo que não entrou em sintonia foram as piadas típicas da Marvel em seus filmes. Não, não estamos falando da quantidade de humor que vemos em Thor, por exemplo, mas considerando que a proposta se baseou em terror e horror, algumas piadas deram a entender que o objetivo de estarem ali era o de “suavizar” uma obra completamente diferente do que a Marvel normalmente entrega.

 

O problema não é ter humor e piadas nos diálogos nos filmes de terror ou suspense, sabemos que essa fórmula funciona quando vemos os filmes de Jordan Peele, por exemplo. No entanto, em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, não funcionou. Mas o que funcionou absurdamente foi a direção, efeitos especiais, fotografia, atuação, maquiagem, figurinos, cenas de luta e direção de arte. Sabemos bem do orçamento que a Marvel tem, e em Doutor Estranho o espectador confere uma super produção com o mais alto nível de efeitos especiais e encanta, surpreende.

 

O filme, que faz parte do Universo Cinematográfico Marvel, dá seguimento aos acontecimentos de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, WandaVision, Loki e o primeiro Doutor Estranho, explorando o multiverso. No longa, acompanhamos Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) tem a missão de salvar America Chavez (Xochitl Gomez) garota que possui o poder de abertura de portais no multiverso. Doutor Estranho então recorre a Wanda (Elizabeth Olsen) com um pedido de ajuda para impedir um vilão que ameaça a existência de vários universos e realidades. E por aqui eu paro, já que não pretendo dar spoiler nesse texto.

 

Já aviso: se você é daqueles nerds de carteirinha que lê tudo sobre multiverso, talvez se decepcione com o roteiro que é totalmente raso nesse aspecto. O multiverso é basicamente uma alegoria sem explicações ou regras, onde ir de um universo ao outro acontece com a maior facilidade. A verdade é que a preocupação do filme não está em ser absurdamente coesa nesse aspecto e trazer teorias para agradar fanservice, a preocupação está em chocar com as cenas de morte e lutas muito mais reais e bem feitas, está nas referências ao terror, principalmente no subgênero de terror slasher famoso na década de 80, está nos inúmeros pontos de viradas que o filme traz e nas atuações brilhantes de Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen.

 

A gente vê um diretor que usa e abusa de zooms vertiginosos, que faz tomadas rápidas que ampliam ou afunilam ambientes edição sobreposta, close-ups extremos, transições de cenas selvagens, jumpscares bem compostos, e planos do ponto de vista dos personagens. Esse show de direção acontece em meio a uma trilha sonora grunge e riffs estranhos que rememoram e nos levam diretamente ao terror feito na década de 80.

 

O filme é excelente, mesmo com roteiro que não se aprofunda no multiverso e não faz ligação o suficiente com o primeiro filme de Doutor de Estranho, pois optaram em conectar mesmo com Wanda Vision. Ou seja, é obrigatório assistir a série antes de assistir Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, e o ideal seria também assistir Homem Aranha Sem Volta Para Casa. Aqui deixo minha torcida para que mais filmes da Marvel tragam esse tom mais adulto, referências ao terror quando necessário e direções brilhantes como a de Sam Raimi.

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