O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) é conhecido pela pouca habilidade política. E na convenção do União Brasil criou um atrito desnecessário com a turma do Palácio Iguaçu. Moro disse que não precisava do palanque do governador Ratinho Junior (PSD) e que sua legenda estaria garantindo a reeleição do governador.
“Não precisamos do governador para ser um grande partido. Eu não preciso também do governador para colocar a minha candidatura. Respeito a eventual preferência dele. O União Brasil está na coligação do governador, então, de certa forma, estamos ajudando a reeleição”, afirmou Moro, depois de ser questionado sobre a falta de espaço no palanque de Ratinho Junior.
Duro nas palavras, em especial quando é provocado, Moro deu arma para que o atacassem, em especial aqueles que apoiam o deputado federal Paulo Martins (PL) ao Senado. No calor do momento, o peso da frase passou despercebida e foi incorporada até mesmo pelo presidente estadual do partido, Felipe Francischini.
Passado a fervura, foram acionados os bombeiros da Casa Civil, para contornar. Mas ainda há muitos focos de incêndio a serem apagados. A frase correu na noite de ontem no jantar do PSD em homenagem ao governador Ratinho Junior, no Madalosso. Entre empresários, políticos e lideranças comunitárias, o tom de Moro pegou mal e já tem gente revendo dobradinhas com ele dentro da aliança de Ratinho Junior. E a crise chegou também dentro do União Brasil. Alguns esperam ver tudo aplainado para manter as alianças com o ex-juiz no Estado.