HojePR

LOGO-HEADER-slogan-675-X-65

29/03/2024



política

Falta cartão vermelho no campo da política paranaense

 Falta cartão vermelho no campo da política paranaense

Se até em futebol amador tem juiz no campo, porque não por um no campo da política paranaense e, também, da brasileira. Pelo andar da carruagem será preciso expulsar os excessos e evitar o pior nessa eleição. A postura do deputado estadual Coronel Lee (DC), na última quarta-feira, ameaçando de morte o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, merecia um cartão vermelho.

 

Após admitir que já matou sem-terra em um confronto em Quedas do Iguaçu, em 2016, Lee teve o desplante de ameaçar Lula, caso fosse para a sua região. Numa atitude desrespeitosa e criminosa (ameaçar de morte é crime segundo o artigo 147 do Código Penal), o deputado da Democracia Cristã (cristã??) não se arrependeu do que fez e saiu elogiado em suas redes sociais, como um herói e um exemplo a ser seguido. Lee justificou seu ato afirmando que respondeu a Lula, que disse para as pessoas irem cobrar dos políticos e incomodarem os mesmos em sua casas. Uma atitude desproporcional.

 

Num mundo em que as pessoas replicam atitudes e gestos, a ameaça de Lee é mais um peça da escalada de violência que vai tomar essa eleição. A violência verbal e constante vem sendo um mecanismo muito utilizado pela extrema-direita brasileira, sintetizados nos gabinetes do ódio.

 

E esse clima agressivo tem ganhado força e deve afetar pessoas mais suscetíveis ao chamado de ações extremadas, que podem gerar conflitos físicos e também feridos e mortes. Não podemos esquecer que há um aumento considerado na compra de armas.

 

A sociedade brasileira vai enfrentar nessa eleição o ápice de uma escalada de ódio, que vem sendo montada ao longo de anos. Se a extrema-direita se mostra belicosa, não se deve esquecer que a esquerda trabalha, de novo, no clima de santificar um lado e reforçar que há o lado deles e o lado santo da esquerda.

 

Esses dois movimentos reduzem a aceitação do diferente e intensificam as divisões. Sem conciliadores no meio, o jogo será uma pelada de várzea, com rasteiras, golpes sujos e muita gente machucada. O Tribunal Superior Eleitoral não é competente o suficiente para dar conta dessa guerra entre dois lados que fervem.

 

E para piorar, políticos irresponsáveis, como o coronel Lee, acabam fomentando mais atritos e mais animosidades. Agora é hora de os políticos baixarem a poeira.

 

O cenário não se mostra tranquilo. Teremos sorte se não houver mortes, mas muito provavelmente haverá feridos fisicamente e uma cisão ainda mais profunda na sociedade.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *