Este era o Sr Octávio Lustoza de Andrade.
Às vezes o sobrenome aparece como “Lustosa”.
Era proprietário do casarão eclético mais lindo da Rua Marechal Deodoro, na esquina com a Rua Barão do Rio Branco.
Seu Atelier Photographico ficava no pavimento superior.
Neste auto-retrato (ou feito por colega de profissão), Sr Octávio parece fazer uma cara de tédio, uma expressão em que parece um tanto insatisfeito. Mas pode ser só o jeito dele mesmo.
Esse ar blasé, o bigode com as pontas viradas radicalmente para cima, a gola alta, terno 3 peças de alfaiataria elegante, abotoaduras, anel no indicador, chapéu Boater Palheta, pernas cuzadas segurando a bengala,…
…tudo isso junto criou uma composição fantástica!
Era um homem de muito muito estilo!
Ser “photographo” no início de 1900 era uma profissão promissora caso o trabalho fosse de qualidade e diferenciado.
Mas para isso tinha que se conhecer muito bem os processos, fazer cursos no exterior para aprender as técnicas e investir na importação de equipamentos europeus.
Os materiais para revelação também eram caros bem como os papéis de impressão.
Os negativos eram feitos em chapas de vidro. Delicados, de difícil manuseio e armazenamento.
Para aplicar técnicas como a Platinotypia e Aristotypia, os fotógrafos tinham que contratar artistas.
Na platinotypia o método de impressão fotográfica era lento, complicado e exigia uma luz ultravioleta muito forte para que os sais de platina/paladio pudessem ser impregnados na fibra do papel.
– Mas porque se usava processos tão complexos?
Por causa da imensa quantidade de tons que a platinotypia proporcionava a cada fotografia, resultando em uma obra de arte.
E além disso, a imagem duraria muito, tanto quanto o papel.
Mas durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) os preços da platina subiram muito porque era um catalisador de explosivos.
Como resultado os fotógrafos necessitaram investigar outros processos fotográficos.
Atualmente as fotografias platina e paládio são cada vez mais procuradas por coleccionadores que as apreciam pela sua estabilidade e incomparável beleza.
Bisavô de minhas amigas Ana Lúcia Rezende Graminho e Maristela Rezende de Loyola.
Contribuição total de Luciano Cordeiro de Loyola
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