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29/04/2024

GASTRONOMIA

Gastronomia

Gastronomia, discos de vinil e conversa boa na Saldanha Marinho: conheça a 23 Records

 Gastronomia, discos de vinil e conversa boa na Saldanha Marinho: conheça a 23 Records

Por Isabella Honório 

 

Comida boa ao som dos discos de vinil. Essa é a ideia do restaurante e loja de música 23 Records (@23_records_coffee), localizado na Saldanha Marinho, em Curitiba. O simpático duende de jardim que fica na portinha do estabelecimento convida: “Prato Feito Vegano R$ 23/ Aos sábados, R$ 25”. Ao dar uma espiada lá dentro, já dá para ver as capas dos clássicos de John Lennon, Raul Seixas, Tim Maia e Led Zeppelin.

 

Além de bater um rango e ouvir um som, a casa tem um jeitinho intimista ideal para fugir da correria do Centro de Curitiba, seja na pausa para o almoço nos dias de semana ou para dar um passeio no sábado. Ao chegar, o cliente já é logo atendido pelo casal de sócios-proprietários Marcos da Silva e Cristiane Ferreira, que também são bons de prosa.

 

A loja surgiu em 2019, da vontade dos donos de juntar suas duas paixões: música e gastronomia. O casal decidiu montar o próprio negócio e alugar o ponto na saudosa Rua Saldanha Marinho. Enquanto Cris cuida da administração do negócio, Marcos fica na curadoria dos discos e pratos.

 

O cozinheiro conta que ganhou gosto pela culinária nos anos 90, quando passou uma temporada na Inglaterra e trabalhou lavando pratos para um restaurante. Quando voltou para o Brasil, descobriu na cozinha uma chance de sustentar seu hobbie de colecionar vinis e discotecar na noite curitibana. Desde então, já cozinhou em diversos restaurantes, e esteve em contato com a gastronomia brasileira, francesa, japonesa e, claro, vegetariana.

 

O estilo da cozinha do 23 Records é o que o chef e DJ chama de “gastronomia sampleada”, em referência ao “sample”, termo do mundo da música que define quando um trecho é retirado de uma faixa para ser usado em outra nova. Marcos explica: “Eu quero fazer a minha cozinha. Eu chamo de ‘gastronomia sampleada’ porque são várias coisas de lugares que já trabalhei, e eu também pego alguma coisa que minha mãe e minha vó faziam. Eu misturo todas essas coisinhas para fazer o que eu gosto aqui”.

 

Já os discos, que também decoram o ambiente e compõem a trilha sonora da casa, são uma mistura de black music, hip-hop, rock’ n’ roll, punk e MPB. Se quiser ouvir um vinil é só pedir, que logo ele vai estar rodando no toca-discos retrô da Technics que fica no fundo da loja.

 

Para comer…

 

Fajitas de tiras de bife de soja, cebola e pimentões, molho de tomate, arroz integral, batata rústica e farofa de couve.

 

A 23 Records tem lanches e cafés moídos e coados na hora no cardápio, mas o carro chefe é com certeza o PF no almoço. Com aquele precinho camarada, as refeições veganas são bem servidas e ainda acompanham salada. Os pratos são desenvolvidos pelo chef Marcos, com inspirações da cozinha regional e internacional.

 

A escolha pela culinária 100% vegetal veio da preferência dos proprietários, que são vegetarianos. O chef conta que a ausência de carne na cozinha é uma chance de experimentar coisas novas e viver uma vida mais leve: “Quando eu fiz essa mudança da cozinha com carne para uma cozinha sem carne eu percebi uma diferença muito grande. O seu leque de comidas fica muito maior, porque você não fica naquela coisa de ‘que carne vai ter?”.

 

Marcos completa: “Também tem o aspecto da saúde, não tem aquele karma que a carne tem. Ela te deixa pesado e com preguiça. Talvez outras pessoas não percebam isso, mas é só ficar um tempo sem comer carne que você vai aprendendo a ter essa sensibilidade”.

 

O cardápio é fixo na segunda e terça-feira. Nas segundas, o tradicional arroz e feijão acompanham ragu de proteína de soja com molho de tomate, farofa e salada. Já na terça, a pedida é sempre yakissoba. Nos outros dias da semana, a ideia é dar uma variada. Nas quartas e quintas, a estrela dos pratos é a carne de soja, que serve de base para preparos diferentões como fajitas e cassoulet.

 

Sábado é um dia especial. Eventualmente é servida uma feijoada, que varia de ingredientes dependendo da estação do ano. A casa também serve preparos com pinhão, como o carreteiro, resgatando a culinária curitibana.

 

Independente da pedida, tudo é sempre fresco. O cozinheiro conta que a escolha do menu do dia depende do que ele encontra de melhor no mercado e na feira: “Eu preservo bastante esse negócio de eu mesmo comprar os insumos. Eu queria fazer isso de ir comprar pessoalmente e conhecer o feirante. É o que eu acho mais legal de ser chef”.

 

O maior diferencial da 23 Records é com certeza o atendimento personalizado. Um dos poucos lugares que o chef te chama pelo nome, te apresenta o prato do dia e pode adaptar a receita de acordo com eventuais restrições alimentares e alergias. Marcos conta que a pegada da casa é estar sempre próximo ao cliente: “Essa é a minha pira, conhecer todo mundo pelo nome. Não curto uma coisa muito formal. Cada lugar é um lugar, mas como aqui eu trabalho sozinho eu prezo por conhecer as pessoas. Eu também procuro perguntar para as pessoas o que elas gostam de comer”.

 

A casa envia o cardápio diariamente para os clientes e pede que preferencialmente sejam feitas reservas.

 

… e para ouvir

 

Os discos são uma mistura da coleção pessoal do proprietário e de garimpos em sebos, feiras e viagens.

 

O acervo de discos da 23 Records é um charme a parte. A prateleira começou abrigando os discos que Marcos colecionava desde os anos 80 e foi se ampliando com os vinis que o proprietário da loja achava garimpando em sebos, feiras e em suas viagens.

 

Apesar da dificuldade de desapegar da coleção, o proprietário conta que o que vale é manter a cultura do vinil viva: “Eu escuto muito mais música hoje do que quando eu tinha só o meu acervo. Foi uma troca. Eu estou compartilhando música com outras pessoas e estou recebendo música também. Isso é bom porque meu universo musical aumentou”.

 

Ele completa: “Quero que muita gente escute discos e tenha toca-discos em casa. Sempre tive uma luta pela cultura do vinil. O som é diferente, é tudo diferente. É uma coisa que eu gosto, e a gente quer espalhar a cultura do vinil para todo mundo”.

 

A loja trabalha com materiais da curitibana Zoom Discos (@zoomdiscos), que prensa LPs e compactos de bandas locais. Além dos sons alternativos, a 23 Records vende os discos da Polysom, uma gravadora que relança álbuns brasileiros clássicos em formato analógico. Atualmente, a vitrine também expõe CDs e fitas K-7 de bandas independentes de Curitiba.

 

Serviço

23 Records

Local: R. Saldanha Marinho, 555 – Centro

Horários: de segunda a sábado, das

Instagram: @23_records_coffee

Whatsapp: (41) 99638-1316

Espaço pet-friendly

Para mais notícias acesse HojePR.com

(Fotos: Isabella Honório)

2 Comments

  • Adoro esse lugar! Comida, música e atendimento maravilhosos!

  • Amei a matéria, reflete mesmo a alma da 23 Records. Gratidão imensa!!!

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