O Governo do Estado e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) assinaram, nesta terça-feira (29), um protocolo de intenções capaz de tirar do papel a construção de uma ponte ligando Matinhos a Guaratuba. De acordo com o documento, não será permitida a circulação de caminhões para o transporte de cargas pesadas na futura ponte. Com isso, o Governo pode dar continuidade aos estudos técnicos necessários para a construção.
A iniciativa atende a um pedido dos moradores da região. O temor da população era que a nova estrutura servisse de desafogo para veículos muito pesados (mais de dois eixos) com o incremento no transporte de carretas carregando contêineres entre o Porto de Paranaguá e os terminais marítimos de Santa Catarina, impactando diretamente no trânsito e na qualidade de vida dos moradores dos municípios.
“Queremos evitar um problema dentro das cidades de Matinhos e Guaratuba, com o aumento expressivo da circulação de cargas pesadas. A intenção sempre foi que possa atender a logística muito mais turística da região, garantindo mais segurança à população”, afirmou Ratinho Junior. “Vai consertar um erro histórico de anos de enrolação em torno de um projeto para o desenvolvimento do nosso Litoral, que ficou sem alternativas justamente pela falta de uma estrutura como essa que vamos tirar do papel”, acrescentou o governador.
Segundo o governo, com a assinatura do documento, o processo de licitação da ponte não precisa ser interrompido para ajustes. Atualmente, especialistas estão no Litoral para elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) e ações preliminares de engenharia para implantação do modal. Por necessitar que a análise seja feita em diferentes estações do ano, o prazo de conclusão é de 420 dias, com término previsto para setembro. Esse é o último passo antes da licitação dos projetos de engenharia e execução da obra.
O investimento apenas nesta etapa do projeto é de R$ 3.500.369,91 – a ação integra o Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná e conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Atualmente, a travessia entre Guaratuba e Matinhos é feita somente por ferry boat, com movimento estimado de 70 mil a 100 mil veículos por mês, número que salta para 200 mil na temporada de verão.
A promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), Dalva Marin Medeiros, representou o órgão durante a assinatura.
Traçado
Entre as cinco alternativas de traçado apresentadas, o estudo de impacto ambiental vai validar ou propor alterações para as mais viáveis, mirando a melhor solução para a obra dos pontos de vista ambiental e técnico. Entre essas ações, uma alternativa contempla uma ponte com comprimento de 1.180 metros, estando o seu término próximo às instalações de manutenção do ferry-boat. Em sua extensão final, desenvolve-se paralela ao morro, sobre o mar, atingindo em terra firme, já em aterro, área ocupada por instalações de apoio do ferry boat.
Outra propõe uma extensão de 1.000 m, com seu término no lado sul, na Praia de Caieiras, na área urbana de Guaratuba. O final da obra está situado depois da Rua Saturnino Neves, que faz a ligação do Centro de Guaratuba com a Praia de Caieiras.
Já a terceira em estudo trabalha com uma extensão de 810 m, em seu final tem início a entrada em túnel, numa extensão de 260 m, estando o seu término próximo às instalações de manutenção do ferry-boat. O túnel terá 16,20 m de largura útil, mais 2,00 m para folga de drenagem, totalizando 18,20 m de largura total.
Em comum, elas preveem três faixas de tráfego, faixas de segurança, barreiras de segurança, além de ciclovia/passeio para ciclistas e pedestres. A ponte terá largura total útil de 15,60 m e total, considerando as passarelas de serviço, de 22,80 m. Para alternativa de ponte estaiada esta largura deve ser acrescida de 2,30 m (lado esquerdo) e de 1,10 m (lado direito).