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Greca sobe tarifa de ônibus para R$5,50, aumentando 22,22% e superando a inflação

28/02/2022

O prefeito Rafael Greca resolveu meter a faca no bolso do usuário do transporte coletivo. Nessa segunda-feira (28/02),  no meio do feriado de Carnaval,  ele autorizou o aumento da tarifa, que subiu de R$ 4,50 para R$ 5,50. É um aumento de 22,22%, maior que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor). E é o mais alto reajuste desde que assumiu a prefeitura em 2017. Com este valor, Curitiba cobra a segunda maior passagem de ônibus entre as capitais brasileiras.

 

O reajuste passa a vigorar a meia noite desta terça-feira (01/03), e vai refletir no custo de vida do curitibano. Do último aumento, em março de 2019, até janeiro, o IPCA medido pelo IBGE foi de 19%. Curitiba subiu acima da inflação brasileira, o que deve refletir no custo de vida da cidade, considerado ao maior do Brasil.

 

A alta de preço aconteceu mesmo com o esforço do governo estadual em repassar 50% mais recursos para manter a integração do transporte coletivo de Curitiba com a Região Metropolitana. Em 2021, o governo estadual deu para a Curitiba R$ 40 milhões de subsídio e, neste ano, o valor subiu para R$ 60 milhões. O dinheiro veio do repasse da devolução de R$ 20 milhões feito pela Assembléia Legislativa do Paraná.

 

A prefeitura justifica o aumento por causa da alta do diesel e derivados de petróleo. Segundo a Urbs, empresa que administra o transporte coletivo, o  diesel acumula alta de 76%, enquanto o biodiesel subiu 131%. As outras justificativas são a inflação e a a redução no movimento de passageiros causada pela pandemia.

 

A chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é pago pelo município às empresas de ônibus, de forma a manter o sistema em operação, subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano. Vale lembrar que a decisão de manter o preço congelado foi tomada pelo prefeito Rafael Greca para evitar queda da popularidade e risco a sua reeleição em 2021.

 

A Prefeitura e o governo do Estado estão formalizando um convênio – a ser assinado em março – que prevê o aporte de R$ 60 milhões por parte do Estado e de R$ 97 milhões da Prefeitura para bancar a tarifa social.

 

A soma desses valores cobre o déficit projetado para o sistema em 2022 – ou seja, R$ 157 milhões – e garante o funcionamento, dentro do habitual padrão de qualidade e integração do transporte da capital ao longo do ano.

 

O número de passageiros por ano caiu de 201,3 milhões em 2019 para 105,9 milhões em 2020 e fechou 2021 em 113,3 milhões – 43% menos do que o volume registrado antes da pandemia.

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