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24/04/2024



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Bakri e Requião falam sobre os protestos do reajuste do funcionalismo

 Bakri e Requião falam sobre os protestos do reajuste do funcionalismo

O HojePR pediu a duas lideranças da Assembleia Legislativa do Paraná, da situação e da oposição, que avaliassem o atual momento da crise do funcionalismo. Do lado do governo, falou o líder Hussein Bakri. Pela oposição, o deputado Requião Filho. Acompanhem as respostas dos dois parlamentares:

O governo estadual aprovou e aplicou o reajuste de 3% para o funcionalismo estadual. No entanto, a categoria tem protestado e criticado o governador. É possível atender à demanda dos servidores que pedem 10%? Há dinheiro no caixa para isso?

HUSSEIN BAKRI – Todos nós reconhecemos que há perdas salariais dos servidores que vêm lá detrás, desde 2016. O governador Ratinho Junior gostaria de poder atender ao índice pedido e foi no limite da situação financeira do Estado, de forma a valorizar o funcionalismo e, ao mesmo tempo, garantir a saúde econômica da máquina pública – do ponto de vista orçamentário e também da Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, é preciso destacar o impacto da pandemia no caixa do governo e a restrição da concessão de qualquer reajuste salarial até o final do ano passado, em virtude da lei pela qual a União socorreu financeiramente Estados e municípios nessa crise. Em paralelo, foi instituído um novo piso salarial para os professores, promovendo aumento de quase 50% para a base da categoria, e um auxílio-alimentação de R$ 600 para todas as forças de segurança.

REQUIÃO FILHO – O reajuste de 3% foi referente à implementação da Lei 19.912/2019, que dispõe sobre o parcelamento de dívidas antigas do Estado com o funcionalismo, débitos relativos ao residual da data-base de 2015 e ao reajuste de 2017. A Última reposição inflacionária dos servidores foi paga em janeiro de 2016 e, na próxima data-base, o funcionalismo deverá acumular perdas salariais na ordem de 38%. Vai acumulando e o Governo precisa resolver esse impasse.
E o Ratinho Jr tem sido amplamente criticado pela classe, porque, na tentativa de driblar o pagamento dessa dívida que possui com os professores, maquiou uma gratificação com recursos que vieram do Governo Federal, como se fosse um aumento de salário. Foi só pra gerar uma “falsa manchete” na televisão. Mas como todos sabemos, gratificação não é reajuste, e sequer se estende aos servidores aposentados, por exemplo, tampouco tem garantia de continuidade.
Tem dinheiro em caixa, só precisa ser melhor administrado e o Governo fazer a sua parte, começando, por exemplo, estancando o excesso de terceirizações de responsabilidade. É incrível que, até pra fiscalizar algum serviço público, eles contratem empresas de fora pra “cuidar” do que é nosso. Oras, isso é dever do Governo, ou pra quê foi eleito?

 

“Foi instituído um novo piso salarial para os professores, promovendo aumento de quase 50% para a base da categoria”

 

Os movimentos contra o governador estão crescendo e sendo mais articulados. Há uma mobilização política, em função do período pré-eleitoral?

HUSSEIN BAKRI – Em primeiro lugar, os sindicatos estão no papel deles de cobrar o que entendem ser direito de cada categoria. Isso é legítimo e faz parte do jogo democrático. Como Líder do Governo, inclusive, jamais me furtei a sentar com os servidores, ouvi-los e levar as demandas ao Executivo para que, dentro do possível, elas pudessem ser atendidas. Mas é inegável que, com a proximidade da eleição, isso toma outro contexto, na medida em que os sindicalistas têm ligações com nomes mais à esquerda.

REQUIÃO FILHO – Não podemos chamar de mobilização política o policial que sofre com o baixo salário e, com a insegurança de seu serviço, reclamar que o Ratinho Jr. não faz nada para sua categoria. O que acontece hoje é que mais setores tem acordado para a inoperância e nulidade que é o atual governo. É espontâneo quando todo o povo sofre pela ausência de qualquer política que não seja atrelada aos grandes acionistas amigos do governador.

“Tem dinheiro em caixa, só precisa ser melhor administrado e o Governo fazer a sua parte

O senhor acredita que esse movimento pode interferir na disputa eleitoral que se aproxima?

HUSSEIN BAKRI – É natural que cada setor da sociedade agora intensifique seu apoio às candidaturas com as quais tem mais alinhamento, seja nacionalmente ou aqui no Estado. Mas estamos absolutamente tranquilos e seguros de que fizemos o máximo possível pelo funcionalismo até aqui e, independentemente de divergências político-partidárias, seguiremos abertos ao diálogo, afinal são os servidores que estão lá na ponta atendendo a população e sempre serão merecedores de valorização e respeito.

REQUIÃO FILHO – Há uma série de movimentos acontecendo ao mesmo tempo, começando a crescer pelo Estado. Um deles, tem sido o dos policiais que já falaram que vão seguir o Governador, onde ele estiver, até conseguir cobrar a dívida que hoje o Paraná tem com os profissionais da Segurança Pública, da ativa e inativa. Se esse movimento crescer e viralizar, e eles conseguirem desconstruir essa imagem de mentira criada pelo Ratinho Jr, diante da opinião pública, acredito que sim, pode fazer com que o povo acorde em tempo de mudar esse desgoverno.

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