Inovar e inventar significam mudar paradigmas, mas as palavras não tem exatamente o mesmo sentido. A capacidade de invenção moveu a humanidade e ainda é uma realidade para a nossa evolução. Mas hoje o mais importante é a inovação. Inovar, para melhorar o que já existe, parece o caminho mais curto para edificar soluções para questões que têm relação com o tripé da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. No universo dos negócios há dificuldade de compreender e praticar conceitos de inovação, estruturar ações e engajar colaboradores no processo para fazer novas ideias avançarem. Mas agora existe uma espécie de receita pronta para resolver isso. É a ISO 56002 (ISO Inovação), que estabeleceu cinco diretrizes para que empresas possam inovar, delimitando métodos para trabalhar pessoas; tempo; conhecimento; infraestrutura; e orçamento. A norma criada há três anos se espalha pelo mundo e também pode servir de ferramenta para a construção de ambientes ESG.
Analista de risco ESG
Ativos atrelados a práticas sustentáveis estão ganhando cada dia mais espaço no mercado financeiro. O sistema cria métricas de eficiência e diversas opções de fundos vão aparecendo e se consolidando em todo o mundo. Este tipo de investimento já movimenta trilhões de dólares e abriu espaço para um novo tipo de profissional: o analista de risco especializado em sustentabilidade e em critérios ESG. A caça por este executivo está aberta no Brasil e no mundo.
Limpeza do mar
Pescadores artesanais do Litoral paulista terão incentivo financeiro para ajudar na limpeza do mar. O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) Mar Sem Lixo será via cartão-alimentação, com valores de até R$ 600,00. Na primeira fase, o projeto abrange os municípios de Cananéia, Itanhaém e Ubatuba.
Sujeira brasileira
Estimativas apontam que os oceanos recebem anualmente 25 milhões de toneladas de resíduos. O Brasil é responsável por 10% do volume total da sujeira que impacta a vida marinha e a orla. A iniciativa Mar Sem Lixo é uma tentativa de reduzir este tipo de poluição e foi criada pela Fundação Florestal, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo de São Paulo.
Lixo urbano
A maior parte dos resíduos que chegam ao mar é gerada em áreas urbanas e a produção de lixo nas cidades brasileiras cresceu 11% na última década. Hoje, são 70 milhões de toneladas por ano e a previsão é chegar em 2030 com o descarte de 100 milhões de toneladas de resíduos por ano. Atualmente somente 50% do lixo gerado nas cidades é direcionado aos aterros sanitários.
Riqueza desperdiçada
Órgão da ONU para o Desenvolvimento Industrial, a Unido estima que somente 3% dos resíduos eletrônicos são descartados de maneira correta nos países da América Latina. Isso quer dizer que US$ 1,7 bilhão vão, literalmente, para o lixo todos os anos, desperdiçando materiais como ouro e outros metais preciosos.
Silvio Lohmann é jornalista. Atuou como repórter e editor de publicações setoriais. Tem uma longa trajetória profissional na área pública. Coordenou as áreas de imprensa do Sistema Fiep, entre 2003 e 2009, e do Governo do Paraná, de 2011 a 2021.