Não há ranger de dentes que mude a decisão de Lula em ter o ex-tucano Geraldo Alckmin como vice na sua chapa. Tanto os petistas quanto os partidos de esquerda que apoiam a candidatura lulista podem tirar o cavalo da chuva. O ex-governador de São Paulo é o escolhido e ponto final. O anúncio da chapa será em abril.

A opção de Lula por Alckmin teria um alvo certo: o eleitorado bolsonarista e a capacidade de Alckmin tirar votos de Bolsonaro. Mesmo aparecendo como líder em todas as pesquisas divulgadas até agora, Lula está preocupado com a reação do presidente Jair Bolsonaro, verificada nas últimas sondagens. Segundo reportagem do Correio Braziliense, a diferença, em torno de 10%, que o separa de Bolsonaro não é suficiente para subestimá-lo. Vale lembrar que, das cinco eleições presidenciais que disputou, Lula perdeu três.

De acordo com a reportagem, “o já ganhou petista não fez a cabeça de Lula. Ele avalia que Bolsonaro ainda tem a possibilidade de se reeleger, porque sua candidatura parece ter um lugar garantido no segundo turno”. Lula ancora sua candidatura na militância de esquerda, no recall de seu governo (2003-2010) junto às parcelas mais pobres da população e na ojeriza à Bolsonaro de parte da classe média.

No entanto, o presidente da República também tem uma relação consolidada com os mundos rural, que migrou para as cidades do interior; evangélico, com o qual tem identidade do ponto de vista dos costumes; e com os setores reacionários, que idealizam o antigo regime militar e defendem uma espécie de ditadura do Executivo.

Diante desse quadro, é bom relembrar o que já dizia o ex-deputado Anibal Curi: ganha eleição quem sobe nas pesquisas. Lula sabe bem disso.

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