FIM DE TÚNEL
Entre o riso e o assombro
Escolhi o desfiladeiro
Do caminho do meio
Nada tenho a declarar
Para paredes de ruídos
Passo mudo entretanto
Escuto passos curtos
Esqueço meus tropeços
Continuo andando
Escavado em pedra bruta
Volto uma casa para trás
A cada três em frente
Queria ficar aqui
Diante da sua luz de fim de túnel
Sérgio Viralobos
FIM DE LINHA
Andei entre os pingos da chuva
Sem molhar um fio de cabelo
Surda à violência contínua dos trovões
Fiz sempre o que bem quis
O mal também, feliz
Mas basta um sopro
Para desviar um ciclone
Um graveto para um incêndio
Falo agora de um momento
Em que palavras não importam tanto
Quem diria que teria medo
De brincar com fogo
Suzana Cano e Sérgio Viralobos
FIM DOS TEMPOS
Como um sonâmbulo que anda sem destino
Troquei os pés pelas mãos em bananeira
Em meu próprio sonho era clandestino
Caranguejo engatando a ré na pirambeira
Ouvia vozes de uma antiga civilização
Fraterna, cordial, extinta até os ossos
Babel na ponta da língua em discussão
Assim nos acabamos entre destroços
Antonio Thadeu Wojciechovski e Sérgio Viralobos
Muito bem elaborados seus versos, com conteúdos profundos…meus parabéns aos autores!
Grande abraço a todos.