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28/03/2024



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O Столяр Salomão Guelmann e a amizade que deixou para o neto

 O Столяр Salomão Guelmann e a amizade que deixou para o neto

Salomão Guelmann, meu avô, chegou em Curitiba em 1913. Ucraniano, não teve acesso a educação formal, assim como a maioria dos judeus, condição que acabou por forçar sua saída em busca de uma vida melhor.

 

Quando indagado sobre o que fazia, bem-humorado se dizia um Столяр “Stolyar” – a palavra em ucraniano para Marceneiro, sua profissão. Era, no entanto, um homem inteligentíssimo, capaz de antecipar tendências e aproveitar oportunidades como poucas pessoas.

 

Aqui ele prosperou, construiu uma bela família, uma história de ativismo social e de empreendedorismo e deixou amizades que passaram de avós para netos. Em um mundo onde essas coisas nem sempre são valorizadas, quando isso acontece é motivo para celebração.

 

A minha com o Fernando Ghignone é uma dessas. Seu avô materno, Arthur Euclides de Moura, foi o principal colaborador do meu. Não há na família quem não reconheça que o sucesso do nosso avô deveu-se à atuação constante do “seu” Moura na supervisão dos negócios. Emigrante que nada entendia das leis e das particularidades do comércio, só mesmo o apoio de um profissional competente, dedicado e honesto podia garantir a segurança que ele precisava para a continuidade das atividades.

 

Comecei a trabalhar na Indústria de Móveis Guelmann aos 17 anos e me acostumei à presença dele, que não se dava apenas naquele ambiente: o “seu” Moura e a Dona Carmela eram presença constantes nas festas dos tios e primos. São lembranças que aquecem o coração e que guardamos para sempre.

 

O tempo nos afastou, trilhamos caminhos diferentes, mas a amizade, respeito e consideração manteve-se intacta, sobrevivendo às lides políticas que eventualmente nos colocavam em trincheiras opostas.

 

Eis que agora o Fernando decidiu lançar o HojePR, o mais novo portal de notícias da cidade, e, num gesto que confunde gentileza e temeridade, me ofereceu a oportunidade de estar junto a notáveis jornalistas e escritores, colaborando com uma coluna semanal.

 

“Cáspite” – foi a expressão que me ocorreu. Eu não escrevo, eu sou um “Stolyar” de palavras que tento juntar em textos, longe da facilidade com que o Salomão colava os pedaços de madeira que transformava em belas peças de mobiliário.

 

Aqui na Editoria do HojePR está outro amigo, o André Joppert Lopes, velho companheiro de campanhas políticas, o que me assegura a companhia de gente tão boa que quase chega a me fazer esquecer o temor de não corresponder às expectativas.

 

Minha coluna sairá aqui todas as segundas-feiras. Te convido a adicionar o endereço do HojePR em teus favoritos e acessá-lo diariamente.

1 Comentário

  • Ficarei muito feliz se for adicionado aos privilegiados a receber seus comentários semanais.

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