Que não seria fácil a gente sabia. A verdade é que não estamos dando conta do trabalho. A lida na roça é dura. Já não temos mais aquela força física para pilotar a enxada, a pá, a cortadeira (aqui também chamada de “polaca”!), ferramenta usada para cavar buracos para colocar palanques ou os berços para o plantio de mudas de árvores.

Durante o ano passado, tive um ajudante que foi fundamental no trabalho de plantio, capina e outros serviços na horta. Colhemos muitas verduras e plantamos várias espécies frutíferas. Mas ele morava numa região distante da nossa chácara. Este ano, foi trabalhar numa obra bem perto da casa dele e nos deixou. Precisamos de alguém para nos auxiliar, alguém que trabalhe por diária ou um parceiro, principalmente para o manejo da terra e o plantio. E não é fácil encontrar. Sem esse “braço direito”, não estamos conseguindo desenvolver as atividades na agricultura.

Desde que começamos a construir a nossa casa e outras benfeitorias de infraestrutura, há quase dois anos, foram muitos gastos, além das nossas possibilidades. As despesas são grandes, é preciso investir na recuperação do solo, no preparo de novas áreas para plantar e cobrir os custos básicos de manutenção. E o problema é que ainda não conseguimos viabilizar a chácara financeiramente. Por enquanto, o balanço é negativo. O momento é de reflexão, de repensar os rumos do nosso projeto. Às vezes, a gente balança e pensa em desistir. Mas não queremos fraquejar e nem nos deixar vencer pelas dificuldades.

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André Lopes