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28/03/2024



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O diretor do banco e o engraxate

 O diretor do banco e o engraxate

Todas as manhãs o CEO de um grande banco em Manhattan ia até a esquina onde um Engraxate atendia a clientela. O ritual era sempre o mesmo: ele sentava na cadeira, lia o Wall Street Journal e o homem fazia o seu trabalho, deixando os sapatos com uma aparência brilhante.

 

Normalmente os dois não conversavam, mais pela empáfia do banqueiro, mas um dia o humilde Engraxate quebrou o silêncio e perguntou ao CEO:

 

– O que você acha da situação do mercado de ações?

 

Sem sequer baixar o jornal para falar e nenhuma preocupação em esconder a arrogância, o Diretor perguntou:

 

– Porque você está tão interessado nesse assunto?

 

– Tenho um milhão de dólares em seu banco – respondeu o engraxate, e completou – e estou pensando em investir parte do dinheiro na Bolsa.

 

Mesmo achando aquilo um disparate e pensando que o homem estava brincando, o CEO quis saber:

 

– Qual é o seu nome?

 

– Leonard Goldsmith – respondeu o engraxate.

 

Quando chegou ao banco o diretor perguntou ao Executivo de Contas:

 

– Temos um cliente chamado Leonard Goldsmith?

 

– Sim, temos – respondeu o funcionário, acrescentando: – E é um cliente muito importante. Ele tem um milhão de dólares na conta e já nos disse que pensa em diversificar os investimentos.

 

Chocado com o que tinha acabado de ouvir, o homem saiu do escritório, andou até a banca do Engraxate e disse, já mudando o tratamento e o tom de voz:

– Sr. Goldsmith, peço que na próxima segunda-feira seja o convidado de honra de nossa reunião de Conselho e nos conte a história de sua vida. Tenho certeza de que teremos algo a aprender com o senhor.

 

No dia da reunião, o CEO fez a apresentação do convidado:

 

– Muitos de nós conhecemos o Sr. Goldsmith, que faz nossos sapatos brilharem e nos dá provas de como um trabalho dedicado pode dar bons resultados. Além disso ele também é nosso estimado cliente, com um milhão de dólares em sua conta. Eu o convidei para nos contar sua experiência de vida e sei que todos nós poderemos tirar bons frutos de seu relato.

 

O homem então começou sua história:

 

– Vim para este país há cinquenta anos como um jovem emigrante da Europa com um nome judeu impronunciável. Saí do navio sem um tostão. A primeira coisa que fiz foi mudar meu nome para Goldsmith. Com fome e exausto, comecei a vagar em busca de trabalho, sem sucesso. Eu era apenas mais um jovem imigrante, sem falar a língua e sem nenhum parente aqui. De repente encontrei uma moeda na calçada e comprei uma maçã. Eu tinha duas opções: comer a fruta e saciar minha fome ou começar um negócio. Poli a maçã, vendi por dois dólares e comprei mais duas, que também vendi na hora. Fiz isso algumas vezes naquele dia e só quando já tinha alguns trocados no bolso comi uma maçã. Trabalhei assim algumas semanas e quando consegui acumular alguns dólares, comprei algumas latas de graxa e comecei a limpar sapatos, batendo de porta em porta e atendendo as pessoas em suas casas. Não gastei um centavo com diversão ou roupas, só comprava pão e queijo para sobreviver. Eu vivia como um monge, sempre juntando trocados. Depois de um tempo soube que um engraxate aqui perto estava se aposentando e comprei o ponto dele com todo o material, o estoque de latas, o material de polimento, a poltrona, o toldo para trabalhar na chuva, tudo. Finalmente, um ano atrás, uma tia que era prostituta em Chicago morreu e me deixou alguns milhões de dólares. O que está aqui em seu banco é só uma parte.


GERSON GUELMANN é responsável pelo  maior acervo de Humor Judaico em português do Brasil. Diariamente brinda seus leitores com textos inteligentes, saborosos, bem humorados (mas também sérios) no seu Blog do Guelmann. Todas as quartas e sextas-feiras reproduz seus textos aqui no HojePR. Aos nossos leitores, apenas recomendamos: aproveitem!!


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4 Comentários

  • 😊

  • Genial!

  • Inté eu….

  • Sempre compartilha coisas interessantes, sou tua fã, e me faz lembrar muito das histórias que Jayme gostava de contar e de como ele gostava de você!! Boas lembranças,” saudade o preço que pagamos…”

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