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16/04/2024

POLÍTICA

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Ratinho Junior diz que será oposição, apesar da adesão do PSD ao governo Lula

 Ratinho Junior diz que será oposição, apesar da adesão do PSD ao governo Lula

O governador Ratinho Junior não vai seguir o seu partido, o PSD, e será oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com a sigla formando a base do governo petista. Em entrevista ao Estadão, o governador afirmou que pretende ter “um relacionamento institucional”. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador justifica a sua posição por possuir um “pensamento político que diverge do governo eleito”.

Ele também minimiza atos em frente a quartéis do Exército pelo País de apoiadores do presidente insatisfeitos com o resultado das eleições, que pedem intervenção militar. “Não temos a Marcha da Maconha? A Marcha do Aborto? É o direito da pessoa reivindicar, pensar diferente da outra. Isso não quer dizer que vai acontecer”. Confira os principais trechos e, no final do texto, a íntegra da entrevista:

 

Governo Lula

“Espero uma relação institucional, que é uma obrigação nossa como gestores públicos. Aqui no Paraná, consegui construir essa relação com os partidos. São 399 municípios e fui apoiado por 393 prefeitos, inclusive aqueles que não estavam na minha coligação, como PT, PDT e Cidadania. Atendi aos municípios, investindo nessas cidades. Espero que o novo governo que vai tomar posse em janeiro tenha essa mesma visão, de boa relação institucional e diálogo com todos os Estados brasileiros”.

 

PSD

“Meu candidato perdeu a eleição nacional, então eu, naturalmente, sou oposição a esse governo eleito. Mas, sou apenas uma pessoa dentro do partido. O PSD tem mais de 40 deputados, mais de dez senadores e outros representantes que vão decidir pelo partido. Mas, meu posicionamento é ter um relacionamento institucional com o governo federal e um pensamento político que diverge do governo eleito”.

 

Bolsonaro

“Conversei rapidamente com ele na semana passada. Fui fazer uma visita e dar um abraço de gratidão pelos investimentos que o governo dele fez no Paraná. Acredito que ele terá uma participação importante na política brasileira. Será um ex-presidente com uma força popular muito grande. É uma pessoa de uma direita mais fervorosa, com uma importância muito grande dentro do tabuleiro político”.

 

Protestos

“As pessoas têm o direito de se manifestarem, desde que não usem a violência ou tranquem rodovias. É direito do cidadão não gostar do resultado da eleição. Isso não significa que vai mudar o resultado. É algo natural e faz parte da democracia. As instituições estão funcionando e a transição acontecendo. Não temos a Marcha da Maconha? A Marcha do Aborto? É direito da pessoa reivindicar, pensar diferente da outra”.

 

Candidatura à Presidência

“Da minha boca, nunca saiu isso. Até porque sou muito ponderado nesse tipo de pauta. Tenho um compromisso com meu Estado, objetivo de fazer um bom segundo mandato, deixar uma grande marca de consolidar o Paraná como Estado mais sustentável do Brasil, com a melhor educação do Brasil, melhor porto do País e a maior geração de empregos da nossa história. Há décadas éramos quinto lugar no PIB (Produto Interno Bruto) e agora passamos a ser a quarta maior economia do País, com recorde na participação do PIB. Claro que qualquer governador de um Estado importante passa a ser, naturalmente, um player que o nome surge ou é discutido, mas tenho muita cautela. Essa questão não me embriaga”.

 

Disparos de mensagens com teor golpista

“Não foi um serviço do governo do Estado. No dia que aconteceu, acionei Ministério da Justiça, pedi investigação da Polícia Federal, acionei a Justiça Eleitoral, inclusive, para que pudesse também tomar providências e ajudar na análise de todos esses dados. Isso foi de uma pessoa que não é do Paraná, parece que é de Minas Gerais e entrou em um banco de dados de uma terceirizada que presta serviços para vários Estados. Tanto é que a Polícia Federal deixou isso claro na investigação e o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) colocou que o governo do Estado do Paraná não teve nada a ver com esses disparos”.

 

Parcerias com o governo federal

“Concessões de rodovias são muito importantes para o Paraná. São mais de 3 mil quilômetros que precisam ser concedidos para que haja uma ampliação da capacidade de carga, sendo 70% de rodovias federais e 30%, estaduais. É um projeto robusto para consolidar o Paraná como central logística da América do Sul. Temos também a Ferroeste, que liga o Oeste de Santa Catarina até o porto de Paranaguá, atendendo toda a produção do Mato Grosso do Sul e de todo o Paraná. É um projeto que vai ajudar o Brasil. Estamos prontos para ir à Bolsa de Valores e que um grande grupo possa fazer a construção dessa rodovia com um investimento de US$ 2 bilhões”.

 

ICMS

“Mesmo prejudicando os cofres do Estado, acho muito difícil ter mudança agora para voltar à alíquota normal porque teríamos um salto no preço dos combustíveis, que iria criar um problema inflacionário para o País, prejudicar a economia e, automaticamente, o cidadão. Os Estados terão de se reorganizar. O nosso cálculo é que o Paraná vai perder R$ 3,3 bilhões, mas vamos reorganizar a máquina pública para diminuir esse prejuízo”.

 

Pedágios

“O modelo que construímos com o Ministério da Infraestrutura do governo atual é o da menor tarifa. No passado, foi um assalto, porque cobraram pedágio do paranaense por 24 anos e não fizeram obras. O paranaense não quer um pedágio para tapar buraco e pintar faixa. Queremos obras, isso é o que desenvolve o Estado. Estamos abertos para buscar a melhor solução. Se o governo federal, o novo governo que vai assumir a partir de janeiro, tiver a mesma disposição, estamos abertos para poder achar uma solução que seja um preço justo ao paranaense, mas, acima de tudo, que tenha obras para a população”.

 

Reforma administrativa

“Ainda estou discutindo com minha equipe técnica. Você pega, por exemplo, a área da cultura. Existe uma necessidade de ampliar esse trabalho. Tanto é que agora, pela criação do Ministério da Cultura pelo próximo governo que vai assumir, existe uma relação jurídica e orçamentária porque o ministério trabalha tradicionalmente com fundo a fundo de repasse de recursos. Então, para a gente receber recurso, também tem de ter uma estrutura de secretaria. Existe uma demanda das federações reivindicando a criação da secretaria de Esportes. Temos também a secretaria da Mulher, que foi um compromisso que fiz com representantes de prefeitas, vereadores, empresárias e presidentes de associações comerciais. Quando assumi o governo, extingui 400 cargos, enxugamos muitas secretarias e autarquias. Quando você fala de reforma administrativa, não fala em ampliação, mas também de corte”.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

 

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