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29/04/2024

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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Satélites apontam que Amazonas tem a menor superfície de água em 5 anos

 Satélites apontam que Amazonas tem a menor superfície de água em 5 anos

A superfície da cobertura de água no Estado do Amazonas atingiu sua menor extensão desde 2018, mostra nota técnica do MapBiomas, plataforma que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia. Em setembro, foram registrados 3,56 milhões de hectares, uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de setembro de 2022. Os dados foram obtidos a partir de imagens de satélites dos sistemas LandSat e Sentinel.

 

Ao todo, 25 municípios do Estado tiveram redução na superfície de água superior a 10 mil hectares. Barcelos, no centro do Amazonas, teve a maior perda: 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Na sequência estão Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil) e Coari (40 mil) – todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água.

 

As 20 cidades que mais perderam superfície de água no Amazonas estão em estado de emergência ou de alerta, afetando comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas, indígenas e áreas urbanas.

 

Imagens de satélite mostram que lagos inteiros secaram. Além do Lago Tefé, onde morreram mais de 100 botos, a seca também atinge o Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas. Entre Tefé e Alvarães, a seca forma bancos de areia extensos, segundo o MapBiomas.

 

Carlos Souza, coordenador do MapBiomas Água, diz que o impacto da seca na biodiversidade aquática vem sendo reportado em diferentes pontos, mas ainda não há uma estimativa do total, que pode atingir proporções alarmantes. O Estado ainda enfrenta situação de alta vulnerabilidade a queimadas. “Os efeitos do El Niño severo de 2023 e do aquecimento do Atlântico Norte têm sido considerados, por especialistas, os principais fatores que estão contribuindo com a seca severa na região, o que pode ser de maior intensidade do que a seca de 2010”, afirma Souza. O El Niño eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e o aquecimento anormal das águas impacta no regime de chuvas. No Sul, por exemplo, o fenômeno contribuiu para a passagem de um ciclone, que deixou 49 mortos. No Norte, o efeito é inverso.

 

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o El Niño atingirá a sua intensidade máxima.

 

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