Por Silvio Lohmann –
A pandemia impôs ao Brasil uma freada na produção de riquezas, gerou desemprego e acordou a inflação. Para muitas famílias, a Covid-19 deixou o luto e a fome como legado. Antes de se reerguer da crise sanitária, os brasileiros enfrentaram outro obstáculo para a retomada econômica: a crise hídrica. Além de afetar o abastecimento de água e elevar a tarifa de energia, a falta de chuvas quebrou a safra agrícola e haverá menos dinheiro circulando no País. Produtos derivados de grãos devem continuar com a escalada de preços. E ainda tem a guerra aberta pela Rússia contra a Ucrânia. A tempestade perfeita assola o País.
ESG à brasileira
“Pensar o ESG à brasileira significa, sem prejuízo da urgência da pauta ambiental e da necessidade de avançar em termos de governança, dedicar tempo, investimento e energia ao social. É aí que moram imensos gargalos, com características tristemente locais”. O texto é parte de um artigo assinado por Ricardo Sales, que não é o ex-ministro do Meio Ambiente e sim um dos brasileiros mais influentes quando se trata de diversidade nas organizações.
Desigualdade e racismo
No texto publicado no site CapitalReset, Sales afirma que no “campo social, os desafios brasileiros passam, sobretudo, embora não exclusivamente, pelo enfrentamento de duas mazelas: a desigualdade e o racismo estrutural”. Ele conclui que as “grandes organizações, o mercado financeiro e seus sustainability-linked bonds precisam ter um pé na Faria Lima, porque construir pontes é importante, mas outro nas franjas das cidades e fora do eixo Rio-São Paulo”.
Indústria e economia circular
A economia circular entrou na agenda de 76,4% das indústrias brasileiras. Este é o volume de empresas que haviam adotado algum tipo de processo para aumentar a vida útil de produtos e materiais até 2019, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O reuso de água, reciclagem e logística reversa foram as principais iniciativas identificadas. Segundo a CNI, as empresas implantam as práticas para: 1) reduzir custos, 2) ter eficiência operacional e 3) por oportunidades de novos negócios.
Na Heineken a energia também é verde
O Grupo Heineken vai utilizar somente energia limpa e renovável em suas 13 cervejarias e nove centros de distribuição no Brasil. Para isso, assinou contrato com a Omega Energia, válido por 10 anos. A energia verde começa a ser usada em 2023 e é parte da estratégia global da empresa para contribuir com a sustentabilidade do planeta.
Menos carbono
Com a parceria, a Heineken quer zerar emissões na etapa de produção e estima que pode reduzir o lançamento de 270 mil toneladas de gás carbônico para a atmosfera. As fontes de geração da energia contratada ficam no Nordeste, sob responsabilidade da Omega, que atualmente tem capacidade instalada de 1.869 MW.
Produto social
A Nestlé e a ONG Gerando Falcões anunciaram em fevereiro que o primeiro produto social da multinacional de alimentos será feito no Brasil. É uma barra de cereais, cujo lucro das vendas será revertido para o projeto Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida). A iniciativa foi criada para apoiar a estruturação de comunidades e levar melhor qualidade de vida aos moradores.
Itaipu, sustentabilidade e Dubai
A edição da Expo Dubai que começa no próximo dia 20 de março terá três pilares: Oportunidade, Mobilidade e Sustentabilidade. Iniciado em 1851 como Feira Universal, o evento deve reunir 192 países. A Itaipu Binacional estará lá e desenvolveu uma estratégia para mostrar ações sustentáveis usando como principal elemento a água. O visitante poderá fazer uma visita virtual nas áreas da usina com o uso de recursos tecnológicos como a realidade aumentada.
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Silvio Lohmann é jornalista. Atuou como repórter e editor de publicações setoriais. Tem uma longa trajetória profissional na área pública. Coordenou as áreas de imprensa do Sistema Fiep, entre 2003 e 2009, e do Governo do Paraná, de 2011 a 2021.