Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã deste sábado (3) pela Justiça Eleitoral do Paraná. Um deles na casa do candidato ao Senado pelo União Brasil, Sérgio Moro. O Outro no comitê do também candidato ao Senado, Paulo Martins (PL). De acordo com a Justiça, a residência de Moro foi um dos locais vistoriados porque foi o endereço indicado pela campanha como sede do seu comitê central.

A busca e apreensão atendeu a um pedido da Federação Brasil da Esperança no Paraná, do PT. Segundo o TRE/PR, além de diversos materiais impressos que violam a legislação eleitoral, as redes sociais dos candidatos têm publicado propaganda irregular, ante a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes.

De acordo com o material enviado à imprensa, algumas publicações “sequer mencionam o nome dos suplentes, em absoluta inobservância à legislação eleitoral.”

Segundo estimativas do TRE, devem ter sido apreendidos aproximadamente 1 milhão de impressos irregulares, entre adesivos, praguinhas, santinhos e perfurades. Pela decisão, deverão ser removidos mais de 300 links das redes sociais dos candidatos, “por expressa violação à Lei Eleitoral”.

A Justiça Eleitoral salientou que, dentre os materiais excluídos, “estão todos os vídeos do canal de Sérgio Moro do YouTube, inclusive aqueles com críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de dezenas de links nas páginas sociais de sua campanha”.

Segundo o presidente da Federação Brasil da Esperança no Paraná – PT, PCdoB e PV, deputado Arilson Chiorato, “é necessário que todas as regras eleitorais sejam cumpridas. A Federação seguirá vigilante no combate à possíveis irregularidades”, afirmou.

Para o advogado da federação, Luiz Eduardo Peccinin, “a Justiça eleitoral paranaense garante a igualdade no cumprimento da lei para todos os candidatos. O critério é objetivo e praticamente toda a campanha dos candidatos está irregular. No caso de Sérgio Moro, sua propaganda visivelmente tenta esconder seus suplentes do eleitor, por isso deve ser inteiramente suspensa”.

 

Moro ataca o PT

O ex-juiz Sergio Moro manifestou-se, num primeiro momento, por meio do seu advogado e da sua assessoria de imprensa. Segundo nota enviada à imprensa, “a busca e apreensão se refere tão somente à, supostamente, os nomes dos suplentes não terem o tamanho de 30% do nome do titular. Todavia, isso não corresponde com a verdade. Os nomes estão de acordo com as regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica pedirá a reconsideração da decisão.
A busca e apreensão foi feita na residência, uma vez que o endereço foi indicado no registro da candidatura. Repudia-se a iniciativa agressiva e o sensacionalismo da diligência requerida pelo PT”. O advogado Gustavo Guedes assina a nota.

Mais tarde, por meio de sua rede social, Moro disse que “o desespero do PT está grande. Querem achar pelo em ovo. Ação orquestrada com a imprensa que ataca sem avaliar o mérito”. No mesmo post, Moro diz que “o PT mostrou a ‘Democracia’ que pretende instaurar no país, promovendo uma diligência abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação da matéria”.

Ainda no post, o ex-juiz indaga qual ter sido o crime. “Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores que o devido”, responde ele.

 

Martins fala em batalhas

O deputado federal Paulo Martins (PL) também usou as redes sociais para comentar a operação da Justiça Eleitoral. “A pedido da federação do PT, a Justiça Eleitoral apreendeu parte do meu material de campanha. A justificativa é que os nomes dos suplentes não estavam no tamanho correto. Pela mesma razão determinou a remoção de links. Serão muitas batalhas, mas vamos lutar e vencer”, escreveu no Twitter.