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26/04/2024

MÚSICA

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‘Um belo dia resolvi mudar’: Rita Lee reiventou sua música através das décadas

 ‘Um belo dia resolvi mudar’: Rita Lee reiventou sua música através das décadas

Por Isabella Honório

 

Rita Lee Jones, rainha do rock brasileiro, faleceu na última terça-feira (9) aos 75 anos. Diagnosticada com câncer no pulmão em 2021, a padroeira da liberdade atraiu a fama e consagração por sua voz e irreverência. Inimiga dos costumes tradicionais como toda boa filha da contracultura dos anos 1960, Rita foi defensora dos direitos das mulheres, da guitarra elétrica e do direito das mulheres de tocar guitarra elétrica.

 

Apesar de saber que “roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido”, a franjinha ruiva convencia do contrário. Nos primeiros anos de carreira, a garota paulistana de classe média, que largou a faculdade para se dedicar à música, teve que brigar pelo espaço da voz feminina no rock nacional. Nos últimos anos de vida, Rita não deixou o ativismo de lado – muito presente nas redes sociais, comprou a causa dos direitos dos animais. Sempre metida em alguma coisa. Sem medo de mudar de opinião (e de jeito de fazer música).

 

A cantora deixa uma discografia que ajuda a explicar muito bem o que rolava na indústria fonográfica brasileira em cada momento. De Tropicália, rock n’ roll, pop e MPB. De abertura de novela até a versão punk de Jardim Elétrico do Ratos de Porão. Todo mundo curte. Tudo tem um dedinho de Rita Lee. Confira a seguir uma lista de músicas que mostram as mudanças de estilo da cantora ao longo de sua carreira.

 

1960’s – Panis et Circensis

Impossível não começar pela fase de Rita nos Mutantes. A canção foi composta por Gilberto Gil e Caetano Veloso e entrou para o disco Tropicália ou Panis et Circensis. A sonoridade, cheia de metais, é tão experimental quanto a data do lançamento – 1968, o ano que não terminou. Revolução cultural fresquinha, no Brasil e lá fora. A interpretação de Rita Lee, apresentando seu timbre característico e voz aguda, acerta o tom da letra, uma tiração com as tradições da época, com “as pessoas da sala de jantar”.

 

1970’s – Esse tal de Roque Enrow

Após a saída de Rita dos Mutantes, em 1972, sua carreira solo, que já despontava dois anos antes com o disco Build Up, alcançou o sucesso comercial. Em 1975, o álbum Fruto Proibido, com os Tutti-Frutti, era uma porrada só. Agora Só Falta Você e Ovelha Negra, que fecha a lista são alguns exemplos. A voz agora mais potente e levemente rasgada acompanha a guitarra com energia. Esse Tal de Roque Enrow, lá no meio do disco captura o espírito da vontade de fazer rock n’ roll e mais nada.

 

1980’s – Lança Perfume

Lança Perfume faz parte do álbum auto intitulado de Rita Lee (1980) e é o maior sucesso do lançamento. Com um levadinha gostosa, a faixa usa sintetizador e empresta elementos do funk. A letra chega tão de leve aos ouvidos que a ironia quase passa desapercebida. Entre a referência às drogas e a expressão da liberdade sexual, a música fez sucesso na França e Estados Unidos e impulsionou a carreira da cantora.

 

1990’s – Santa Rita de Sampa

A faixa título abre o álbum de 1997, produzido por seu marido, Roberto de Carvalho. A levadinha tranquila acompanha uma letra introspectiva. Com a carreira consolidada, a cantora reflete sobre sua imagem e o que ela representa. Santa Tira é “Deolinda dos sem-rainha/ Deusa pagã do Butantã/ Heavy petal de Santa Izildinha/ Joana Dark do Lexotan”

 

2000’s – Amor e Sexo

Clássico instantâneo inspirado na crônica O Amor Atrapalha, do cineasta e escritor Arnaldo Jabor. A faixa faz parte do disco Balacobaco (2003) e foi indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Canção Brasileira. Rita apresenta ótimo controle de sua voz, agora mais grave. O clima poético encontra a ironia tão própria das composições da cantora, ainda presente até sua aposentadoria, em 2012.

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(Foto: Reprodução)

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