Sérgio Brandão
Especial para HOJEPR
Cinco rodadas, quatro derrotas, a lanterna na competição e treinador precocemente demitido. O início do Paraná Clube no campeonato estadual é sinal terrível para o time que começou 2022 decidido a sair das profundezas da Série D do campeonato nacional e voltar a sonhar com tempos de glória.
No ano passado, o Paraná amargou dois rebaixamentos, vivenciou a incrível troca de quatro presidentes, além de enfrentar problemas financeiros, elencos reformulados, quatro técnicos e uma parceria frustrada. O time agora precisa do apoio do torcedor, a garra dos jogadores e uma gestão profissional para virar a página. Também precisa de de fé.
O Tricolor de muitas glórias, como a torcida costuma gritar, está endividado, com baixo número de sócios-pagantes e terá um time com jovens talentos para brigar na difícil série D. Quando pode, o torcedor clama pelo apoio divino. “Jogar e rezar é o que nos resta”, diz Francisco José Cordeiro Neto, o conhecido Pastor China, da Segunda Igreja Batista de Curitiba. Fanático pelo tricolor, ele conta rezar todos os dias para que o novo grupo seja abençoado. “Que seja iluminado e nos devolva o velho e bom Paraná”.
Presidente terá que reerguer um clube com R$ 140 milhões em dívidas
O presidente do Paraná Clube, Rubens Ferreira da Silva, afirma que o clube, com 31 anos de fundação, precisa reviver o sentimento de glórias. O Paraná já contou com 5 títulos estaduais seguidos, permanência na séria A de 2001 a 2007, uma participação na Libertadores da América e na Sul Americana.
Na esperança de dias melhores, os sócios e a torcida despejam a esperança em Rubens Ferreira Silva, um empresário aposentado, que hoje exerce a função de presidente e administrador judicial no clube. O sonho de Rubens é o mesmo do torcedor de arquibancada: arrumar a casa, organizar as finanças. O clube tem uma dívida de R$ 140 milhões, segundo o último balanço.
Logo nos primeiros meses de administração, acertou as peças da equipe de trabalho, admitindo e demitindo funcionários. O passo seguinte é terminar entre os primeiros no Campeonato Paranaense para garantir calendário em 2023. A prioridade é o retorno sucessivo nas divisões do Brasileirão até chegar de volta à série A.
Rubens tem se dedicado a sensibilizar torcida e conselho na mobilização paranista para tirar o clube do buraco.
Atletas pouco conhecidos no cenário nacional compõem o elenco que iniciou o Campeonato Regional. Serão esses mesmos que vão defender as cores paranistas na série D, onde quer chegar, no mínimo, entre os primeiros. A disputa dessa divisão do campeonato brasileiro começa em 17 de abril e termina em 25 de setembro.
Segundo o presidente Rubens, os erros do passado resultaram em gastos desnecessários. “Grande parte da nossa dívida poderia ter sido evitada, caso houvesse critério, comportamento que estamos adotando agora”, diz ele. Contratações erradas ajudaram no endividamento.“Estamos sendo rigorosos nesta questão. Não vamos gastar o que não temos. Precisamos da torcida e do conselho. Principalmente do torcedor que precisa se associar ao clube, chegando ao número mínimo de 5 mil sócios. Este número vai nos dar um colchão de liquidez. Precisamos que a torcida acredite no nosso planejamento, neste choque de gestão que estamos promovendo dentro do clube.”
A disputa da Série D
O campeonato da Série D é disputado em seis fases, na primeira fase com 64 clubes divididos em 8 grupos que se enfrentam em turno e returno. Os quatro melhores classificados seguem para a segunda fase no temido mata-mata, com jogos de ida e volta.
Depois das oitavas, quarta e semifinal, os quatro melhores clubes garantem vaga para a Série C de 2023. Ou seja, para fazer o caminho de volta à elite, o Paraná Clube precisa estar pelo menos entre os últimos quatro finalistas.
A estratégia do Paraná Clube para subir em 2022
Chegar a 5.000 sócios – Com planos baratos — R$ 19,89 por mês , o mais acessível —, o clube passou de 1.240 sócios, em meados do ano passado, para 2.800 em janeiro A meta é chegar a 5 mil sócios, número que os dirigentes acreditam pode ajudar a equilibrar as finanças do clube na temporada.
A força da juventude – Sem recursos para grandes contratações, o Paraná vai investir em jovens promessas, como o atacante Luís Felipe, de 21 anos, que estava no Boavista-RJ. Luis Felipe passou pelo time de aspirantes do Tricolor em 2020 e agora volta como profissional. A esperança tricolor também está no zagueiro Franklin, vindo do futebol da Lituânia, Ueslei Brito, vindo do Figueirense, o volante Bruno, do juventude, os atacantes Talysson Lalau, Mateus Batista, Everton Brito e outros nomes que dão ao Paraná clube praticamente um novo time em relação ao do ano passado.
Bruno Grassi
O goleiro capitão decidiu continuar no clube mesmo com o rebaixamento para a Série D. “O Paraná precisa ser ajudado. Eu não sei o que aconteceu tempos atrás, mas a gente precisa ajudar o Paraná”, diz o capitão Bruno.
Paranaense 2022
Paraná vai tentar terminar o paranaense entre os três primeiros para garantir calendário para 2023. O título do estadual será um sonho. Resgataria o ânimo e o otimismo no grupo e também ajudaria a melhorar o caixa.
Se não subir para a Série C do Brasileiro neste ano, o clube dependerá da campanha no estadual para jogar a e ficar na D. Estar entre os três melhores do Paranaense garante pelo menos a vaga à Série D em 2023.
Premiação na Copa do Brasil – Alcançar as fases seguintes da Copa do Brasil significa prestígio e, principalmente, dinheiro. O objetivo é tentar ir o mais longe possível porque é a competição que mais trará dinheiro aos cofres do clube neste ano.
Serie D
A meta mais importante do ano é ficar entre os quatro melhores entre os 64 clubes na Série D para garantir o acesso à série C.
Rezar
Pastor China reza todos os dias pelo time. O apoio divino é sempre bem-vindo.