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Van Halen: Guitarras, teclados e brigas

04/05/2022

Sempre que ouço algum teclado no rock, rapidamente me lembro dos progressivos Emerson, Lake and Palmer, Tangerine Dream, Yes, e alguns mais pesados, como Deep Purple e Rush. Nos anos 1980 a utilização de teclados era exclusividade da new wave. Porém uma banda de rock, o Van Halen, usou e abusou em mais um clássico álbum oitentista. MCMLXXXIV (1984) é arrebatador.

 

Com a eficiente produção de Ted Templeman, o álbum é um marco na carreira da banda. Pesado, divertido, melódico e hard. Estes são alguns dos seus adjetivos. Inicia com 1984, um som de teclado futurista, já prevendo o que aconteceria nas décadas de 80 e 90. Apenas um minuto e sete segundos depois, entra mais teclados na famosa Jump, tocada exaustivamente nas rádios, festas e formaturas da época. É um hard espetacular, muito bem cantado por David Lee Roth, com sua voz rouca e aloprada. As guitarras de Edward Van Halen são devastadoras. E a bateria, do seu irmão Alex, dá o peso explosivo da música.

 

Na sequência, Panamá, outra que abusa da guitarra de Edward (e qual faixa não abusa?). David explora bem o seu timbre na faixa e o baixo de Michael Anthony é seguro demais. Top Jimmy tem um andamento mais rápido, com pouco teclado e guitarra distorcida A bateria, novamente, é pesada.

 

O início blues de Drop Dead Legs e sua posterior levada, torna-a sensacional. A voz de David está perfeita e a guitarra é de uma sutileza ímpar, sem deixar de ser hard.

 

Hot For Teacher é pré-Speed Metal, com vocais ora declamados, ora furiosos. Gritinhos e refrão grudento e a safadeza da letra peculiar dos anos 80.

 

O teclado inicial de I’ll Wait dá o tom da faixa mais séria do álbum. O baixo de Michael é sensacional, dando uma levada cadenciada. O vocal é lento e preciso. Mas o refrão é entoado com força. E a mistura de bateria e teclado no solo de guitarra é algo maravilhoso. Na minha modesta opinião, a melhor faixa do álbum.

 

Girl Gone Bad é incisiva na sua melodia. Arrebata de primeira. Bem “zeppeliana”. Bem mesmo! Com vocais se iniciando com quase um minuto de música, tem um coro no fundo e, mais uma vez, uma guitarra demolidora. Acordes sublimes que crescem ao longo da música.

 

A guitarra inicial de House Of Pain é imitada por muitas bandas até hoje. O vocal é perfeito para a linha de guitarra executada por Edward.

 

Sem dúvida, nove faixas espetaculares que fazem desse álbum um verdadeiro pilar do hard rock dos anos 80. Após seu lançamento, brigas entre os irmãos Van Halen e David Lee Roth, fizeram com que o vocalista deixasse a banda, e partisse para a carreira solo, dando lugar a Sammy Hagar.

 

Depois de muitos anos, com a saída de Sammy, David voltou e gravou duas faixas para o álbum Van Halen Best Of Volume I. Saiu de novo. Com a tentativa frustrada de Gary Cherone, ex-Extreme, no pífio Van Halen III, David retorna mais uma vez, e grava ‘A Different Kind Of Truth’, em 2012, o que seria o último álbum da banda. Em 2020 Eddie Van Halen não resiste ao câncer e morre, decretando o fim do Van Halen.

 

Temos uma certeza: MCMLXXXIV (1984) ficou marcado no hard rock. Mesmo com teclados futuristas, ainda é o bom e velho rock’n’roll.

 

3 Comentários

  • Parabéns pelo trabalho grande VIDAL!!!

  • Engraçado que quando eu penso em Van Halen a primeira coisa que vem na cabeça é guitarra. Acho um guitarrista revolucionário. Harmônicos quase impossíveis, uma velocidade absurda…
    Mas após ler esse artigo vou reparar mais nos teclados.

    Parabéns pelo trabalho!

  • Sensacional mestre, grande banda, grande história!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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