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Verdades precisam ser ditas

07/04/2022

Muita conversa e pouca prática. Em síntese, foi assim que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterrez, classificou os efeitos das medidas anunciadas por empresas e governos para reduzir o nível de emissões atmosféricas e proteger o planeta. O recente relatório do clima (IPCC) revela que dificilmente o mundo vai alcançar metas para evitar o aumento do aquecimento global. A previsão para o final do século é de uma alta de 3,2 graus. “Alguns líderes governamentais e empresariais estão dizendo uma coisa, mas fazendo outra. Simplificando, eles estão mentindo”, afirmou Guterrez.

 

Sufocando o planeta

A ONU subiu o tom das críticas e as expressões utilizadas pelo secretário-geral para aplicar uma reprimenda nas lideranças globais poderiam até ter saído da boca do mais extremado ambientalista, mas convenhamos que não era sem tempo que a organização elevasse o nível das cobranças. Guterrez disse que os compromissos não são cumpridos e, pior, governos e corporações estão “jogando gasolina nas chamas” e “sufocando nosso planeta”.

 

Energia para a frota elétrica

O Senai-PR, Tupy e BMW Brasil vão realizar um estudo sobre reciclagem de células de baterias de íon-lítio dos veículos elétricos da montadora. O objetivo é recuperar compostos químicos e reutilizá-los na fabricação de baterias novas, reduzindo o uso da matéria-prima primária. A análise da eficiência do processo deve ser concluída em até 24 meses, com a medição da pureza dos materiais reciclados, do índice econômico e do índice ambiental. O desempenho e a reutilização de baterias são fundamentais para o sucesso de veículos elétricos.

 

Recarga e autonomia

Em 2021, a participação de carros elétricos no mercado global de veículos alcançou 8,57%. A tendência é que o volume de vendas cresça e o desafio da indústria automotiva é oferecer “combustível” confiável à frota. Dois problemas são básicos: postos de reabastecimento e as próprias baterias. Sobre as baterias, outros obstáculos: tempo de recarga, autonomia e a segurança do material líquido, que é altamente inflámavel.

 

Bateria sólida

Montadoras e suas cadeias de suprimentos, universidades e governos investem pesado para achar soluções para o sistema de abastecimento de carros elétricos. A bateria com compostos sólidos é a novidade mais esperada. Ela já é usada em smartwatches e marcapassos, por exemplo, e retém mais energia, além de exigir menos tempo de recarga. Nesta corrida, a Toyota está na frente e promete equipar seus veículos com o novo compenente em 2025.

 

Energia distribuída

O Brasil chegou a 10 gigawatts (GW) de potência instalada em geração distribuída de energia elétrica, uma modalidade em que os consumidores produzem sua própria eletricidade. Os dados são do Ministério de Minas e Energia, que contabiliza 922 mil unidades com micro ou minigeração no País, principalmente da fonte solar. Há estimativas de que até R$ 40 bilhões serão investidos por brasileiros neste tipo de sistema a partir de 2022 e mais R$ 93 bilhões até 2030.


Foto: Arquivo/ONU


Silvio Lohmann é jornalista. Atuou como repórter e editor de publicações setoriais. Tem uma longa trajetória profissional na área pública. Coordenou as áreas de imprensa do Sistema Fiep, entre 2003 e 2009, e do Governo do Paraná, de 2011 a 2021.

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